O aumento nas passagens de ônibus que ligam o Entorno ao Distrito Federal passou a valer a partir da meia-noite desta terça-feira (23). Com a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a tarifa sofreu um reajuste de 2,9%, refletindo a variação de custos de insumos essenciais para a operação do serviço, como combustível e manutenção da frota. O reajuste foi questionado por autoridades de Goiás e do DF, que buscavam soluções alternativas para evitar esse aumento.
Atrasos e propostas em stand by
A ANTT havia previsto o reajuste para fevereiro, porém, adiou a implementação por duas vezes, esperando que os governos do DF e de Goiás pudessem estabelecer um “consórcio” para gerenciar o transporte semiurbano e, assim, conter o aumento das tarifas. A proposta, no entanto, não foi formalizada e a falta de um plano efetivo levou à decisão final da ANTT de seguir com o reajuste.
Impactos do reajuste nas tarifas
O aumento das tarifas foi estabelecido com base na análise dos custos de operação ao longo do ano anterior. Essa atualização estava prevista no contrato das transportadoras, que especifica que devem ocorrer anualmente. O reajuste, por sua vez, visa garantir o equilíbrio econômico-financeiro do serviço. Desde o início do ano, houve expectativa de que a negociação entre os estados trouxesse resultados, mas sem sucesso, a ANTT não poderia atrasar mais a implementação do aumento.
As consequências para os usuários
Atualmente, existem 425 linhas operando entre o DF e o Entorno, com 342 dessas linhas tendo autorização especial. O sistema, no entanto, enfrenta graves problemas que impactam diretamente a qualidade do transporte público, como frota sucateada, ausência de bilhetagem eletrônica e infraestrutura inadequada. Esses fatores têm gerado descontentamento entre os usuários, que já enfrentam tarifas altas e incompatíveis com a renda média da população local.
Universo do transporte semiurbano
O transporte semiurbano no Entorno abrange uma vasta gama de usuários, que dependem desse serviço para se deslocar diariamente para o Distrito Federal, seja para trabalho, estudo ou outras necessidades. Com uma frota de 910 veículos e uma idade média de 12 anos, muitos dos ônibus têm apresentado sérias falhas, aumentando o desperdício de tempo e, consequentemente, afetando a rotina dos passageiros.
O desafio do consórcio interfederativo
Embora tenha sido proposta a formação de um consórcio interfederativo entre o Governo Federal, o GDF e Goiás, a falta de um acordo formal para a execução da iniciativa afastou esperanças de que o subsídio tarifário pudesse ser implementado. Esse modelo de consórcio, caso fosse estabelecido, poderia garantir a redução do custo para os usuários, tornando o transporte mais acessível.
Considerações finais
Com o reajuste efetivado e a continuidade dos problemas estruturais, as autoridades precisam buscar soluções inovadoras. A criação efetiva de um consórcio interfederativo, a modernização da frota e melhorias na infraestrutura são essenciais para proporcionar um transporte mais eficiente e que atenda às necessidades dos usuários. Sem essas intervenções, o transporte semiurbano entre o DF e o Entorno poderá continuar a ser fonte de insatisfação e precariedade para seus passageiros.
Como desdobramentos futuros, é fundamental acompanhar as movimentações dos governos para ver como irão responder a essa questão crítica, principalmente em um cenário de crescentes demandas por um transporte público de qualidade.
Para mais informações sobre o aumento das passagens e outros temas relacionados ao transporte na região, fique atento ao portal g1 DF.
