Brasil, 23 de setembro de 2025
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PGR pede condenação de integrantes da trama golpista

A Procuradoria-Geral da República pede a prisão de seis réus ligados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

No atual cenário político brasileiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a condenação de seis réus relacionados ao chamado “núcleo 2” da trama golpista que culminou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023. A PGR argumenta que o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro não apenas apoiou, mas também incitou ações que atacaram a democracia brasileira.

O pedido de condenação

As alegações finais da PGR, apresentadas nesta semana, incluem acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Além disso, os réus enfrentam acusações de dano qualificado ao patrimônio da União, com um considerável prejuízo e deterioração de propriedades tombadas.

“O conjunto probatório aponta para a existência de uma rede de apoio, inclusive no entorno imediato do ex-presidente da República, que, cientes da ilicitude das ações, ainda assim deram suporte material e moral para a deflagração dos atos de 8 de janeiro”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Diálogos reveladores

A PGR destacou diálogos obtidos através de celulares apreendidos que revelam a conexão entre membros do governo de Bolsonaro e os organizadores dos atos antidemocráticos. Entre os diálogos, o general Mário Fernandes, ex-secretário geral da Presidência, conversou com aliados reconhecendo a gravidade da situação e sua ligação com Bolsonaro. Em uma dessas conversas, ele discutiu diretamente com caminhoneiros sobre as ações planejadas, enfatizando o suporte que estava preparando para os movimentos antidemocráticos.

Em uma mensagem enviada ao tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro, Mário Fernandes disse que estava “orientando tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG do Exército”. O procurador destacou que esse diálogo confirma o papel de Mário Fernandes como interlocutor com a Presidência em ações que buscavam pressionar o Estado.

Conexões políticas e apoio logístico

Além disso, a PGR ressaltou a busca de Mário Fernandes por apoio junto ao general Braga Netto, que já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação na trama golpista. A comunicação entre eles evidencia uma estrutura organizada para proteger os manifestantes, com pedidos explícitos para que o presidente intervisse junto ao Ministério da Justiça para evitar o cumprimento das ordens da Polícia Federal.

Este contato direto entre os membros do governo e os manifestantes reforça a argumentação da PGR de que as manifestações não foram espontâneas, mas sim orquestradas através de uma rede de apoio que se estendia nas estruturas do governo. Segundo o procurador, esse suporte foi crucial para que esses atos violentos se desdobrassem, indo além da mera mobilização digital para um ataque físico contra as instituições democráticas em Brasília.

Consequências e responsabilização

A PGR acredita que as mensagens trocadas entre esses indivíduos demonstram como o entorno de Bolsonaro contribuiu para a perpetuação da tentativa de desestabilização das instituições democráticas. A argumentação reforça que houve um esforço coordenado para fomentar um clima de insurreição, mesmo após o término do mandato de Bolsonaro.

Com base nas evidências coletadas, a Procuradoria aponta que todos os associados à organização criminosa estavam cientes das intenções de gerar uma situação de caos e desconfiança nas instituições democráticas, com falas em suas comunicações que evidenciam essa conivência e estrutura de ação. Gonet destacou que “todos aderiram à organização criminosa cientes do que defendia Jair Bolsonaro e contribuíram, em uma divisão de tarefas, para a consumação do projeto autoritário de poder”.

Dessa forma, a PGR não apenas busca a responsabilização criminal dos envolvidos, mas também um endurecimento das instituições em defesa da democracia brasileira.

Para mais detalhes sobre o caso e as alegações da PGR, acesse a [fonte](https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/09/23/entorno-imediato-de-bolsonaro-ofereceu-suporte-para-as-manifestacoes-antidemocraticas-aponta-pgr.ghtml).

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