Brasil, 24 de setembro de 2025
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PDT se opõe à PEC da Blindagem apesar de apoio na Câmara

Presidente Carlos Lupi critica a proposta e reitera voto contrário em nota nas redes sociais.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, divulgou uma nota em suas redes sociais na qual manifestou a posição do partido contra a recente Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. Embora a maioria da bancada pedetista na Câmara tenha apoiado a medida, aprovada com um placar de 353 votos favoráveis e 134 contrários no primeiro turno, a resistência no Senado parece promissora, com uma enquete realizada pelo diário O GLOBO indicando que dois terços dos senadores estão dispostos a contestar o texto.

A PEC da Blindagem e suas implicações

A PEC da Blindagem busca estabelecer um novo entendimento sobre a investigação de parlamentares, propondo, entre outras coisas, a criação de voto secreto durante essas apurações e a ampliação do foro privilegiado. Essas propostas foram severamente criticadas por Lupi, que, no comunicado, definiu a medida como algo que “não protege prerrogativas legítimas” e caracteriza “privilégios inaceitáveis que favorecem a impunidade.”

Em sua declaração, o presidente do PDT pediu aos membros do partido uma postura unânime contra a PEC, além de se opor à proposta de anistia que, segundo ele, `normaliza tentativas de golpe”. Lupi expressou preocupação com o que considera uma possível erosão democrática, refletindo um descontentamento generalizado dentro do partido em relação à proposta.

Divisão na bancada do PDT

Contrariando a orientação do presidente do partido, na votação que referendava a urgência do projeto na Câmara, a bancada do PDT se comportou de maneira diversa. Durante essa reunião, a votação culminou com 10 dos 16 deputados pedetistas apoiando a proposta da PEC da Blindagem, enquanto cinco se posicionaram contra, e uma ausência foi registrada. No segundo turno, o cenário se repetiu: nove votos a favor, três contrários e quatro ausências.

Esse desencontro gerou descontentamento dentro da legenda, onde mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp entre os membros da bancada revelaram que algumas orientações tentaram conduzir os deputados a apoiar a proposta. Essa dinâmica de votação reflete uma divisão significativa dentro do partido, que balança entre os interesses do grupo e as diretrizes estabelecidas por Lupi.

Projeções para o Senado

Após a aprovação na Câmara, a PEC da Blindagem foi transferida ao Senado, onde a expectativa é que os três senadores do PDT se unam à maioria na oposição ao texto. Isso se alinha ao posicionamento revelado pela pesquisa do GLOBO, que sugere uma forte resistência à proposta entre os senadores. Essa trajetória indica que, apesar do avanço na Câmara, o caminho para a aprovação da PEC da Blindagem ainda é incerto e desafiador.

Um histórico de divisões no PDT

A controvérsia em torno da PEC da Blindagem não é um caso isolado para o PDT. Em maio passado, Lupi já havia se encontrado em meio a divergências significativas quando deixou o comando do ministério da Previdência, após a crise gerada por escândalos de fraudes no INSS. Essa situação reverberou em uma decisão da liderança do partido na Câmara, comandada pelo deputado Mário Heringer, que optou por se desvincular do apoio à base governamental, ao mesmo tempo em que os senadores decidiram manter a aliança com o governo Lula.

As relações entre as diversas facções dentro do PDT e as reações a propostas legislativas como a PEC da Blindagem revelam um cenário político complexo, onde interesses variados precisam ser equilibrados para manter a coesão partidária. O resultado final da votação da PEC no Senado poderá oferecer insights valiosos sobre a direção futura do partido e o impacto das recentes divisões sobre sua atuação política.

Enquanto a situação continua a se desenrolar, fica claro que as lideranças como Lupi enfrentarão desafios significativos para garantir que sua visão e os princípios do PDT prevaleçam em um ambiente político em constante mudança.

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