Uma forte tempestade atingiu a Grande São Paulo na segunda-feira (22), resultando em danos significativos e deixando mais de 28 mil residências sem energia elétrica. Cerca de 25 horas após a ocorrência, as equipes da Enel, responsável pelo fornecimento de energia na região, ainda se esforçam para restabelecer o serviço em várias áreas, após ventos que chegaram a 98 km/h causarem a queda de árvores e galhos sobre a rede elétrica.
Desdobramentos da tempestade
No auge do problema, aproximadamente 600 mil imóveis ficaram no escuro, mas, até às 17h desta terça-feira (23), a Enel havia conseguido restabelecer o fornecimento a 95% dos consumidores afetados. Apesar disso, a situação ainda é crítica para 28 mil pessoas que permanecem sem energia, o que representa cerca de 0,94% da área de concessão da companhia.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), falou à TV Globo na segunda-feira, afirmando que o restabelecimento da cidade viria rapidamente após os estragos causados. No entanto, ele não forneceu um prazo específico, o que gerou frustração entre os afetados.
Condições nos bairros afetados
Em muitas áreas, como a Avenida Fiorelli Peccicacco em Perus, empresas locais estão lidando com as consequências da falta de energia. Um supermercado precisou utilizar geradores para continuar operando, com custos já alcançando R$ 1,4 mil em gasolina no primeiro dia sem luz. Já um açougue, que não possuía gerador, precisou alugar um equipamento por R$ 4 mil a cada 8 horas para evitar a perda de uma tonelada de carne.
“Para a gente, o mais preocupante é quando vai voltar [a energia]. Porque ficamos com esse gasto inesperado e não temos posição da Enel nem da subprefeitura de quando a energia vai ser restabelecida”, afirmou Luiz Furtado, gerente do açougue.
Resposta da Enel e notificações do Procon
O Procon Paulistano notificou a Enel para que a empresa apresente informações sobre as interrupções de serviços em diferentes pontos da cidade, tendo 72 horas para explicar a falta de ações efetivas para minimizar os danos e a demora na recuperação do fornecimento. De acordo com a Enel, mais de 1,3 mil equipes estão trabalhando em campo para solucionar os problemas.
Além disso, as chuvas de segunda-feira causaram quedas de árvores, destelhamentos, transbordamentos de córregos e falhas em semáforos em toda a cidade. Somente na capital, foram registradas 139 árvores caídas e 122 equipes atuaram nas ruas para liberar as vias afetadas.
Impactos na mobilidade e infraestrutura
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que 55 semáforos ficaram apagados devido à falta de energia em diversos pontos. A situação impactou diretamente o trânsito da cidade, que registrou 351 km de lentidão no mesmo dia. Os 549 agentes e 248 viaturas foram mobilizados para organizar o tráfego e minimizar os impactos da tempestade.
Previsão meteorológica e alertas de segurança
O meteorologista César Soares, da Climatempo, explicou que a forte precipitação e as rajadas de vento foram causados por uma frente fria que passou pelo estado. As temperaturas devem cair significativamente nos próximos dias. “Não houve um grande acumulado de chuva, mas as rajadas de vento foram o que realmente causaram os problemas”, disse Soares.
Condições futuras e medidas preventivas
Para atender as emergências, a Defesa Civil adotou um alerta severo para possíveis temporais e consequentemente, quedas de árvores e destelhamentos. Com isso, muitas áreas do município seguiam em estado de atenção, e uma nova frente fria poderia agravar a situação nas próximas horas.
As respostas rápidas das equipes da Enel e da Defesa Civil são vitais para garantir a segurança da população e minimizar os danos causados pelas tempestades. Este evento serve como um alerta para melhorias nas infraestruturas urbanas e estratégias de resposta a emergências climáticas.
À medida que os trabalhos avançam, espera-se que as operações de recuperação sejam realizadas com a maior eficiência possível, proporcionando alívio aos moradores e comerciantes afetados pela tempestade.
