Na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (23/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um forte discurso pedindo a punição dos responsáveis por ações antidemocráticas no Brasil. O líder brasileiro também criticou as ações de Israel na Faixa de Gaza e reafirmou a soberania do país.
“Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade”, afirmou Lula, enfatizando que seu governo não aceitará a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. O presidente fez questão de salientar que a justiça deve prevalecer, e aqueles que tentaram desestabilizar a democracia devem ser responsabilizados.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi mencionado por Lula durante seu pronunciamento, ao relembrar a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por sua participação em uma tentativa de golpe. “Há poucos dias e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Foi investigado, indiciado e julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”, disse Lula.
O presidente destacou que a condenação de Bolsonaro é um símbolo de que a democracia e a soberania brasileiras “são inegociáveis”. Ele reforçou durante sua fala que o Brasil manda um recado claro a qualquer um que considere tentar pautar o país com ações autocráticas. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, afirmou o petista.
A situação política do Brasil, especialmente em relação à sua soberania, é uma pauta sensível atualmente, principalmente com as tensões diplomáticas com os Estados Unidos. Lula se manifestou também sobre as investidas do governo norte-americano, lembrando que a taxação de 50% em alguns produtos brasileiros, imposta pelo ex-presidente Donald Trump, foi uma forma de pressão sobre o Brasil. “Precisamos nos unir e lutar por nossa independência e nossos direitos, sem nos deixar intimidar por imposições externas”, completou.
A presença de Lula na ONU e suas declarações refletem não apenas a atual situação política no Brasil, mas também um apelo à comunidade internacional para que olhem com atenção e responsabilidade as questões democráticas e de direitos humanos no país. O presidente encerrou sua fala pedindo união e responsabilidade de todos para garantir a continuidade da democracia brasileira.
O impacto das palavras de Lula ainda será sentido nas relações exteriores do Brasil, especialmente no contexto de um mundo cada vez mais polarizado e onde a democracia enfrenta desafios significativos.
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