No dia 19 de setembro, durante a abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, a primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, carinhosamente conhecida como Janja, compartilhou uma imagem inusitada nas redes sociais. Em sua publicação, ela revelou seus cachorros assistindo ao pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que gerou uma onda de afeto entre os seguidores. “Vibrando com o discurso do papai”, escreveu Janja, compartimentando um momento familiar em meio a um importante evento diplomático.
O discurso de Lula e suas implicações
O discurso de Lula na ONU concentrou-se em temas como soberania, democracia e ingerências externas. Sem citar diretamente os Estados Unidos ou seu presidente, ele criticou as medidas unilaterais que considera uma ameaça às instituições democráticas brasileiras. Lula destacou que a soberania e a democracia do Brasil “são inegociáveis” e afirmou que não há justificativa para ações arbitrárias contra o país.
O presidente enfatizou que o Brasil vive um momento histórico em que a democracia deve ser preservada, especialmente após a condenação de um ex-chefe de Estado por crimes contra a ordem democrática. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil tem um recado a todos os candidatos autocratas: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, declarou Lula. Ele reafirmou a necessidade de o Brasil ser reconhecido como uma nação independente e livre de pressões externas.
Criticas à desordem internacional
Lula aproveitou a oportunidade para criticar o que considera uma desordem internacional cada vez mais prevalente, onde países soberanos estão sendo submetidos a sanções arbitrárias e intervenções unilaterais. Para o presidente, essa situação demonstra não apenas uma crise do multilateralismo, mas também coloca a própria autoridade da ONU em xeque. “Este deveria ser um momento de celebração das Nações Unidas”, lamentou Lula, ressaltando que a atual conjuntura ameaça os ideais que inspiraram a fundação da organização.
Assuntos da América Latina e o terrorismo
No discurso, Lula também se posicionou contra a equiparação do tráfico internacional de drogas ao terrorismo, uma ideia que considera perigosa e que foi imposta por algumas potências, como os EUA. O presidente argumentou que a criminalidade não deve ser tratada como uma questão de terrorismo, e sim encarada como um problema que deve ser solucionado por meio da cooperação e do diálogo.
Lula criticou a mobilização de navios militares americanos no Caribe, associando essa ação à tentativa de criminalizar países soberanos e de classificar seus governos de forma injusta. “A forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas. Usar a força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento”, sustentou ele.
Crise na Venezuela
Por fim, o presidente também se referiu à crise política na Venezuela, enfatizando que a via do diálogo deve sempre estar aberta. Ele criticou as ações de pressão militar feitas pelos EUA e reiterou a importância de se buscar uma resolução pacífica para os problemas da nação vizinha. “A via do diálogo não deve estar fechada na Venezuela”, disse Lula, deixando claro seu apoio por uma abordagem diplomática para resolver a situação.
O discurso de Lula na ONU não só destacou os desafios enfrentados pelo Brasil no cenário internacional, mas também refletiu uma postura firme contra quaisquer tentativas de ingerência nos assuntos internos do país. Nas redes sociais, a publicação de Janja não apenas trouxe um lado pessoal e afetuoso para o evento, mas também mostrou que, mesmo em meio a questões complexas, a vida familiar e a simplicidade têm seu espaço.
Em um momento em que a política internacional se torna cada vez mais tensa, o compromisso do Brasil com sua soberania e democracia é um ponto central na mensagem de Lula, que continua ecoando, mesmo dentro das redes sociais e do cotidiano dos cidadãos brasileiros.