Brasil, 23 de setembro de 2025
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Haddad avalia impacto do tarifaço dos EUA como limitado

Ministro da Fazenda estima que o efeito das tarifas de 50% impostas pelo governo americano será superado após julgamento de Bolsonaro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que acredita que o impacto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros será limitado. Em entrevista ao ICL Notícias, Haddad disse que a expectativa é que o assunto seja superado após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente tramita na Justiça. As tarifas entraram em vigor em agosto deste ano, e Haddad destacou que o Brasil possui uma estratégia de diversificação de mercados para minimizar o efeito.

Minimização dos efeitos do tarifaço

Segundo o ministro, a cobrança de tarifas de 50% é uma ingerência de um país sobre o Brasil, relacionada a uma questão judicial e não econômica. “Acredito que isso vai passar, foi uma ingerência de um país sobre nós, de um assunto que não é nem do Executivo, é da Justiça (…) Passada essa fase aguda, julgamento, publicação da decisão, acredito que isso vai ser superado. Pois não tem base econômica, só pode estar baseada em desinformação”, declarou Haddad.

Exportações brasileiras se diversificaram

Haddad ressaltou que as exportações brasileiras se diversificaram bastante nos últimos dez anos em relação ao período do primeiro mandato do presidente Lula (2003-2010). “Lula ficou surpreso ao perceber que estamos exportando metade do que exportávamos naquela época, proporcionalmente à pauta brasileira. O Brasil se diversificou muito”, afirmou.

O ministro explicou ainda que apenas 4% das exportações do país estão sendo afetadas pelo tarifaço, que foi imposto pelo então presidente Donald Trump, sendo que mais da metade dessas exportações envolvem commodities, ou seja, produtos básicos com cotação internacional. “Essas vendas externas estão sendo rapidamente direcionadas para outras regiões”, explicou.

Plano de contingência e ações governamentais

Haddad disse que alertou o presidente Lula sobre a necessidade de um plano de contingência, mesmo acreditando que o impacto macroeconômico será mínimo. “Lancei um plano e enviamos ao Congresso, via BNDES, para atender as empresas em condições especiais”, afirmou. Segundo ele, o Brasil continua produzindo produtos de alta qualidade e tem capacidade de realocar suas exportações de forma eficiente.

Medidas de apoio ao setor exportador

Após a implementação do tarifaço, em 13 de agosto, o governo federal lançou o plano “Brasil Soberano”, que reúne medidas de ajuda aos exportadores afetados pelos Estados Unidos. Entre as ações estão a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões com juros subsidiados, disponíveis no BNDES, além de instrumentos de seguro contra riscos de inadimplência e cancelamento de contratos.

O plano inclui ainda o diferimento de impostos para as empresas mais impactadas, a prorrogação do prazo para exportação de produtos beneficiados pelo “drawback” e o estabelecimento de créditos tributários para desoneração das vendas ao exterior. Além disso, a União, estados e municípios poderão realizar compras públicas para programas de alimentação, como merenda escolar e hospitais, incentivando o mercado interno.

Perspectivas para o futuro

Haddad reforçou que o governo continuará trabalhando na diversificação de mercados internacionais, buscando novos países para exportar produtos que estão sujeitos às sobretaxas americanas. Ele destacou que o Brasil tem potencial para ampliar suas oportunidades comerciais e reduzir a dependência de um único mercado, minimizando assim os efeitos de medidas protecionistas.

Apesar do impacto inicial nas exportações para os EUA, que despencaram com o tarifaço, Haddad garantiu que as vendas para outros países continuam garantindo uma compensação econômica importante ao setor. “Somos otimistas de que, com planejamento e diversificação, conseguiremos atravessar esse período sem grandes prejuízos”, concluiu o ministro.

Para saber mais detalhes sobre as ações do governo e o impacto na economia brasileira, acesse a reportagem completa no G1.

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