Nesta segunda-feira (22/09), a França, junto a Bélgica, Luxemburgo, Malta, Mônaco e Andorra, fez um importante anúncio durante uma conferência de alto nível nas Nações Unidas: o reconhecimento oficial do Estado da Palestina. O evento recebeu aplausos de diversas delegações, enquanto foi boicotado por Estados Unidos e Israel. O presidente francês, Emmanuel Macron, sublinhou a importância desse momento em uma época marcada por conflitos intensos na região.
Apelo pela paz
Em discurso na ONU, Macron enfatizou que o reconhecimento da Palestina também aclama um momento crucial para a paz. Ele destacou que o estabelecimento de uma embaixada seria possível somente após duas condições: a libertação dos reféns que estão em poder do Hamas e um cessar-fogo no conflito com Israel. “Chegou o momento de parar a guerra, os bombardeios em Gaza, os massacres e as populações em fuga”, declarou o presidente francês. Suas palavras foram acompanhadas por um sentimento de urgência, já que ele alertou sobre a iminente perda de uma oportunidade de paz duradoura.

Plano de paz francês
Durante sua participação, Macron também apresentou um plano de paz destinado a resolver o conflito em Gaza. O projeto sugere a exclusão do Hamas de qualquer papel significativo no futuro da região e propõe que a administração da faixa de Gaza seja liderada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP). Em um discurso virtual, o presidente palestino Mahmoud Abbas pediu apoio à ANP para que assuma o controle de Gaza em meio ao conflito atual, além de pedir a entrega de armas pelo Hamas e outras facções. Abbas, que não pôde comparecer à assembleia pessoalmente devido à negativa de visto dos EUA, enfatizou a necessidade de um governo unificado e responsável pela paz.

Reconhecimentos internacionais e suas consequências
Este anúncio marca um importante passo na dinâmica geopolítica internacional, onde cada vez mais países se somam ao reconhecimento oficial da Palestina. Em um dia anterior à conferência da ONU, outras quatro nações, incluindo Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido, também reconheceram a Palestina. Com essas adesões, atualmente 156 dos 193 Estados membros da ONU já reconhecem oficialmente a Palestina.
Diante da crescente aceitação internacional, a 80ª Assembleia Geral da ONU terá início na terça-feira, com o esperado discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, logo após a declaração do Brasil. A expectativa é que essas discussões ao redor da Palestina e do conflito em Gaza continuem a ser um ponto focal durante as deliberações das Nações Unidas.
A evolução recente na posição de vários países em relação ao reconhecimento da Palestina indica uma crescente pressão internacional por uma solução pacífica e duradoura para o conflito israelense-palestino. Ao mesmo tempo, o desafio permanece em como a estrutura política interna da Palestina, especialmente em relação ao Hamas, será moldada em um futuro imediato.