Após a derrota de 3 a 2 para o Grêmio, o Internacional anunciou rapidamente a demissão do técnico Roger Machado. Essa situação é bastante comum no futebol brasileiro, mas nesta edição do Brasileirão de 2025, o quadro é ainda mais dramático: em apenas 24 rodadas, 18 treinadores foram substituídos, um número que já supera as 17 demissões registradas ao longo de toda a edição de 2024.
A rotatividade dos técnicos no Brasileirão
Desde 2006, o Campeonato Brasileiro é disputado por 20 clubes em um formato de pontos corridos. A média de trocas nesta edição se aproxima da maior registrada até aqui: 0,75 troca de treinador a cada jornada, mirando a média de 0,78 obtida em 2018. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, a cada quatro rodadas do Brasileirão, três treinadores são demitidos. Com 14 rodadas restantes para algumas equipes, as demissões podem tornar o 2025 um dos campeonatos com mais trocas de técnicos na história, ultrapassando as 30 demissões de 2010.
Impactos das mudanças no desempenho das equipes
Na prática, essa rotatividade tem um impacto significativo no desempenho das equipes. Vários clubes que começaram o campeonato com um treinador já se viram forçados a buscar novos comandantes em virtude da pressão por resultados. Apesar desse cenário caótico, algumas equipes se destacam por sua estabilidade. Apenas sete clubes mantêm o mesmo técnico desde a primeira rodada: Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras, Mirassol, Bahia, Bragantino e Ceará. Curiosamente, cinco dos seis primeiros colocados na tabela estão entre esses times.
Clubes que mais demitiram e suas situações
Na outra ponta da tabela, o cenário é preocupante para os clubes que já trocaram suas lideranças duas vezes. Equipes como Sport, Fortaleza, Juventude, Vitória e Santos enfrentam dificuldades tanto em campo quanto na gestão. O Sport, por exemplo, já demitiu dois técnicos, Pepa e António Oliveira, e atualmente se encontra na zona de rebaixamento, assim como Fortaleza e Juventude. O Santos, que está na 14ª posição, também não conseguiu estabilizar seu desempenho apesar das mudanças de comando.
Um olhar para o futuro
Com a continuidade da rotação de treinadores e a presença de tantas incertezas, a temporada de 2025 pode acabar se tornando um marco negativo para o futebol brasileiro. As equipes precisam urgentemente encontrar soluções para estabilizar seus elencos e estratégias. Os dados mostram que a rapidez nas demissões não necessariamente leva a uma melhora no desempenho, mas sim a uma instabilidade nas decisões que podem afetar o desempenho a longo prazo.
Confira os dados das demissões dos técnicos da Série A desde 2006 na tabela abaixo:
| Ano | Trocas de treinador | Clubes sem troca |
|---|---|---|
| 2025 (até a 24ª rodada) | 18 | 7 |
| 2024 | 17 | 6 |
| 2023 | 22 | 5 |
| 2022 | 20 | 5 |
| 2021 | 18 | 5 |
| 2020 | 22 | 5 |
| 2019 | 19 | 6 |
| 2018 | 26 | 3 |
| 2017 | 18 | 6 |
| 2016 | 21 | 3 |
| 2015 | 24 | 1 |
| 2014 | 21 | 3 |
| 2013 | 22 | 6 |
| 2012 | 16 | 9 |
| 2011 | 20 | 5 |
| 2010 | 30 | 3 |
| 2009 | 20 | 5 |
| 2008 | 27 | 8 |
| 2007 | 23 | 6 |
| 2006 | 27 | 6 |
O futebol, apaixonante e volátil, nos lembra que as mudanças são parte do jogo. Resta saber como cada equipe reagirá a essa turbulência. Mais um ponto a ser observado enquanto a competição avança.
