O Grupo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com a Sustainable Business COP (SB COP) e a Presidência brasileira da COP30, anunciou o ReInvest+ nesta terça-feira. A iniciativa visa transformar projetos de adaptação e mitigação das mudanças climáticas em títulos negociáveis no mercado internacional, criando um mercado secundário que oferecerá liquidez aos bancos locais para novos investimentos verdes.
Como funciona o ReInvest+ para apoiar projetos sustentáveis
Segundo o BID, o programa atuará como facilitador confiável e neutro, definindo critérios de compra de ativos, assegurando transparência e oferecendo tecnologias financeiras, como seguros cambiais. A instituição também estabelecerá padrões de sustentabilidade e diversificação para a securitização dos ativos. No evento de lançamento, durante a COP 30 em Belém, o BID e o BID Invest revelarão os parceiros selecionados e os planos de aquisição de ativos nos próximos 12 meses.
Etapas de implementação do projeto
1. Começa com empréstimos existentes
O ReInvest+ inicia com empréstimos já aprovados e em execução, que estão nos balanços dos bancos locais. Esses financiamentos possuem histórico comprovado de pagamento e menor risco, criando uma base sólida para a transformação em ativos negociáveis.
2. Converte empréstimos em títulos de grau de investimento
Os empréstimos serão diversificados e aprimorados com seguros de carteira, considerados comercialmente para riscos políticos e cambiais. Assim, serão transformados em títulos de alta qualidade em moeda forte, acessíveis a investidores institucionais internacionais.
3. Recicla capital por meio de condicionalidade
Para realizarem a venda, os bancos deverão comprometer-se a reinvestir os recursos arrecadados em setores alinhados às metas climáticas de seus países. Essa condicionalidade cria um ciclo sustentável, que garante recursos contínuos para projetos reais e emprego local.
4. Empodera bancos locais para reinvestir
Com maior proximidade dos projetos, os bancos locais assumem papel central na identificação e financiamento de novas oportunidades. Essa abordagem promove um modelo inclusivo, em que governos, empresas e investidores colaboram para ampliar o financiamento verde.
Impactos e perspectivas futuras
De acordo com Ilan Goldfajn, presidente do BID, o projeto pode reciclar mais de US$ 500 bilhões na América Latina e no Caribe, somando mais de US$ 3 trilhões globalmente. Para países em desenvolvimento (excluindo a China), a necessidade de recursos supera US$ 1,3 trilhão por ano, para fortalecer a resiliência e reduzir emissões. O ReInvest+ busca desbloquear capital privado e ampliar o financiamento climático de forma sustentável.
Luciana Ribeiro, presidente de Finanças de Transição e Investimentos da SB COP, destacou que a iniciativa é um passo importante para impulsionar modelos inovadores de financiamento para a transição a uma economia de baixo carbono, estimulando a liderança do setor privado e fortalecendo projetos de impacto social e ambiental.
A chamada para bancos interessados em parceria ficará aberta até 24 de outubro, e o objetivo é ampliar a escala dos investimentos em clima e desenvolvimento na região.
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