Segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Receita Federal, o governo arrecadou R$ 208,79 bilhões em agosto de 2025. O valor, embora represente a segunda maior arrecadação nominal para um mês de agosto, apresentou uma queda de 1,5% na comparação com agosto de 2024, já corrigido pela inflação.
Por que a arrecadação caiu em agosto?
Parte dessa redução está relacionada a fatores não recorrentes, como a calamidade no Rio Grande do Sul, que sozinho impactou negativamente R$ 3,6 bilhões na arrecadação de agosto de 2025. Além disso, alguns impostos apresentaram desempenhos diferentes, contribuindo para o recuo geral.
- IRPJ e CSLL (impostos sobre o lucro das empresas): recuaram 8,3%, influenciados pela menor arrecadação do balanço trimestral das companhias.
- Impostos sobre importações, como Imposto de Importação e IPI, caíram 9,1%, refletindo uma redução de 8,4% no valor das importações em dólar.
Indicadores econômicos também tiveram efeito: a produção industrial caiu 0,9%, as vendas de produtos diminuíram 2,5%, enquanto as vendas de serviços cresceram 2,8% e a massa salarial aumentou 8,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE).
Arrecadação de janeiro a agosto de 2025 e fatores impactantes
De janeiro a agosto, o total arrecadado foi de R$ 1,905 trilhão, o maior para o período, crescimento real de 3,7% frente ao mesmo intervalo de 2024. No entanto, diversos fatores não recorrentes prejudicaram os números totais, como a calamidade no Rio Grande do Sul, que provocou uma diferença negativa de R$ 3,7 bilhões.
- IRPJ/CSLL atípicos: redução de R$ 1 bilhão em 2025.
- Tributação de fundos de renda fixa (IRRF): queda de R$ 13 bilhões.
- Desonerações tributárias: diminuição de R$ 1,688 bilhão, incluindo redução na folha de salários e na vacinação de combustíveis.
- Arrecadação do IOF aumentou devido a mudanças na legislação, como os Decretos nº 12.467/25 e nº 12.499/25.
Por outro lado, o Simples Nacional, tributo pago por micro e pequenas empresas, arrecadou R$ 135,6 bilhões no acumulado do ano, em aumento de 2,2% na comparação com o mesmo período de 2024, com R$ 17,7 bilhões somente em agosto.
Perspectivas para o futuro
Apesar da redução em agosto, a arrecadação total de 2025 já mostra crescimento em relação ao mesmo período do ano passado, refletindo uma recuperação econômica gradual. Economistas avaliam que fatores como a estabilidade política e medidas de estímulo fiscal podem contribuir para superar os efeitos pontuais de fatores não recorrentes.