Brasil, 22 de setembro de 2025
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STF avalia inclusão de Bíblias em bibliotecas e piso da enfermagem

A inclusão de Bíblias em bibliotecas públicas e o piso nacional da enfermagem são temas centrais em julgamentos do STF nesta semana.

Na semana em curso, o Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando questões de grande relevância para a sociedade brasileira, incluindo a obrigatoriedade da inclusão da Bíblia em bibliotecas públicas e a constitucionalidade do piso salarial nacional para a enfermagem. Os julgamentos estão sendo realizados no Plenário Virtual e tiveram início na sexta-feira (19/9), com término previsto para 26 de setembro.

Plenário Virtual: Compreendendo o processo

O Plenário Virtual é uma plataforma digital onde os ministros do STF podem deliberar sobre casos sem a necessidade de uma reunião física ou videoconferência. Cada sessão deste ambiente virtual costuma durar uma semana (de sexta a sexta), permitindo que os ministros registrem seus votos eletronicamente. Após o relator inserir seu voto, todos os outros ministros têm a oportunidade de participar do julgamento ao longo da sessão.

Vale ressaltar que, caso um ministro considere necessário, ele pode solicitar um “pedido de destaque”, o que interrompe o julgamento online e transfere o caso para o Plenário Físico. Os resultados são divulgados na página oficial do STF, refletindo a mesma validade das decisões tomadas presencialmente.

Importância do piso nacional da enfermagem

Um dos pontos altos na pauta é a análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7222, que questiona a constitucionalidade da lei que estabelece o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras. O relator, ministro Luís Roberto Barroso, defendeu que a jornada de trabalho de 40 horas semanais deve ser utilizada como referência para o cálculo desse piso, estendendo sua aplicabilidade ao setor privado.

Até o momento, outros ministros ainda não haviam registrado seus votos, mas a questão já gera ampla discussão entre profissionais da área de saúde e órgãos representativos da enfermagem.

A discussão sobre Bíblias nas bibliotecas públicas

No que diz respeito à inclusão da Bíblia nas bibliotecas, o STF está analisando a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5255, que discute a validade de uma lei do Rio Grande do Norte que obriga as bibliotecas públicas a disponibilizarem exemplares da Bíblia. O relator, ministro Nunes Marques, votou pela inconstitucionalidade total da lei, fundamentando que utilizar recursos públicos para privilegiar uma crença religiosa específica fere os princípios da isonomia e da liberdade religiosa, pilares de um Estado laico.

No entanto, em posição divergente, os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes argumentaram que, apesar do contexto religioso, a Bíblia carrega uma importância cultural e histórica relevante. Eles votaram pela inconstitucionalidade apenas das determinações de quantidade mínima de exemplares, sugerindo que, ao menos dois exemplares estejam disponíveis, incluindo um em braile, para respeitar a pluralidade cultural da sociedade brasileira.

Impasse sobre transfusão de sangue

Outra matéria em análise no Plenário Virtual refere-se aos embargos de declaração do Recurso Extraordinário (RE) 979742, que aborda o direito das Testemunhas de Jeová de recusarem transfusões de sangue. O Conselho Federal de Medicina (CFM) interpôs pedidos ao STF para que sua decisão fosse complementada, buscando mais segurança jurídica sobre o tema devido à sua relevância. O relato por parte do ministro Luís Roberto Barroso, robusto em sua argumentação, foi de que o CFM não tinha legitimidade para recorrer, já que não fazia parte do processo.

Esses casos, além de revelarem aspectos da legislação brasileira, evidenciam o papel do STF como guardião dos direitos e das garantias fundamentais no país. Espera-se que a sociedade acompanhe atentamente as decisões, uma vez que as implicações podem reverberar diretamente na vida dos cidadãos e na estrutura da legislação nacional.

A discussão continua e novas atualizações deverão ser divulgadas ao longo da semana. Para mais informações, acesse o portal do STF.

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