Em um episódio triste e trágico, o padre Matthew Eya, pároco da paróquia de São Carlos, na região de Eha-Ndiagu, foi brutalmente assassinado na noite de 19 de setembro, em uma estrada na região metropolitana de Nsukka, no estado de Enugu, na Nigéria. Este crime marca mais um capítulo sombrio da violência direcionada a sacerdotes católicos no país, que se tornou uma preocupação crescente na sociedade nigeriana.
A brutalidade do ataque
De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, o padre Eya estava retornando para sua paróquia quando foi interceptado por dois homens em uma motocicleta. Um deles disparou contra os pneus do carro do sacerdote, fazendo com que ele perdesse o controle do veículo. Os atacantes não hesitaram em agir; ao se aproximarem, um deles disparou à queima-roupa, ceifando a vida do padre instantaneamente. A notícia do assassinato, que circulou apenas na segunda-feira, 22 de setembro, chocou a comunidade local e ecoou na diáspora religiosa.
A Polícia de Enugu reagiu rapidamente ao crime, prendendo 38 pessoas em um esforço para identificar os responsáveis pelo assassinato. O governo estadual também se manifestou, oferecendo uma recompensa de 10 milhões de nairas—aproximadamente € 5.700—para qualquer informação que leve à captura dos assassinos. “Estamos profundamente chocados com o ocorrido”, afirmou o monsenhor Cajetan Iyidobi, chanceler da Diocese de Nsukka, que pede orações e expressa sua esperança na ressurreição dos mortos.
Um contexto de medo e insegurança
Este assassinato não ocorre de forma isolada. A violência contra sacerdotes na Nigéria tem crescido de maneira alarmante. Segundo dados do Secretariado Católico da Nigéria, mais de 140 sacerdotes foram sequestrados nos últimos dez anos, e mais de dez perderam a vida em circunstâncias similares. Esse cenário de insegurança é alarmante, pois coloca em risco não apenas a vida dos clérigos, mas também a capacidade das comunidades de praticar sua fé livremente.
O sequestro do padre Ezemba
Além do trágico assassínio do padre Eya, a comunidade católica está em alerta com o sequestro do padre Wilfred Ezemba, que ocorreu em 13 de setembro, no estado de Kogi, também na fronteira com o Níger. O sacerdote, pároco da igreja de São Paulo na região de Olamaboro, foi raptado junto com outros viajantes em um ataque armado. Até o momento, não há informações sobre seu paradeiro, aumentando o temor entre seus fiéis e familiares.
As condições e a frequência com que esses crimes ocorrem levantam sérias questões sobre a segurança no país. Muitas comunidades sentem-se vulneráveis a ataques de grupos armados, que agem com impunidade. As autoridades locais enfrentam o desafio de implementar medidas eficazes de segurança e proteção, tanto para os cidadãos comuns quanto para os representantes da igreja, que desempenham um papel crucial em suas comunidades.
A resposta da comunidade e autoridades
Com a pressão aumentando para que o governo tome medidas efetivas, líderes comunitários clamam por uma resposta forte e decisiva diante do crescente clima de violência. “Devemos nos unir em oração e em ação”, afirmou um membro da comunidade, expressando a necessidade de um chamado à unidade e à esperança entre os fiéis. A morte do padre Eya e o sequestro do padre Ezemba representam não apenas uma perda para a igreja, mas uma crise para a sociedade nigeriana como um todo, onde a fé e a segurança andam de mãos dadas.
O luto e a indignação são palpáveis nas ruas e nas paróquias, onde os fiéis se reúnem não apenas para lembrar aqueles que foram perdidos, mas também para exigir justiça e segurança. Que esses episódios trágicos sejam um chamado para ações que protejam e promovam a paz nas comunidades, para que a vida e a fé possam seguir sem medo.
Os desafios enfrentados pela igreja e pelas comunidades católicas na Nigéria são um reflexo da vulnerabilidade nas regiões afetadas pela violência. É imperativo que as autoridades e a sociedade civil trabalhem juntas para restaurar a paz e a segurança nas comunidades, permitindo que a fé continue a florescer, apesar da adversidade.