Brasil, 22 de setembro de 2025
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Mais de 80 mil pessoas se manifestam contra a PEC da Blindagem

Protestos em São Paulo e Rio de Janeiro mobilizam artistas e a população contra a proposta de anistia para condenados.

Neste domingo, mais de 80 mil pessoas saíram às ruas de grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, para protestar contra a PEC da Blindagem e a proposta de anistia a condenados pela tentativa de golpe. Com a adesão expressiva do público, os atos mostraram a força de movimentos contrários à tramitação de propostas que, segundo os manifestantes, ameaçam a democracia e a integridade das instituições brasileiras.

A mobilização em números e contexto

Os dados do Monitor do Debate Político indicam que o número de manifestantes foi semelhante ao das últimas mobilizações organizadas por grupos bolsonaristas. Durante o evento, foram contabilizados cerca de 42,3 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, e aproximadamente 41,8 mil na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O levantamento também destacou que a quantidade de participantes esta semana foi significativamente maior do que em manifestações anteriores que contaram com o apoio de aliados do governo.

A maior mobilização registrada até o momento por grupos que apoiam o governo ocorreu em julho, com apenas 15 mil participantes na mesma Avenida Paulista, em protesto contra o aumento de tarifas promovido pelo governo dos EUA. Agora, os atos deste domingo sinalizam uma nova etapa de organização e resistência de grupos de esquerda no Brasil.

Comparativo com atos do passado recente

Os atos registrados neste domingo encontram-se no mesmo patamar das manifestações bolsonaristas recentes, que, em sua maioria, incluíam pautas que atacavam o Judiciário e defendiam a anistia. Em uma tentativa de simbolizar uma nova identidade, manifestantes paulistanos estenderam uma bandeira gigante do Brasil na Avenida Paulista, contrastando com o uso do bandeirão dos Estados Unidos, comumente visto em atos realizados por apoiadores de Bolsonaro, como aconteceu no 7 de setembro. Esse movimento, segundo o Monitor do Debate Político, reuniu 42,2 mil pessoas.

Artistas se juntam aos manifestantes

O evento no Rio de Janeiro contou com a presença de grandes nomes da música brasileira, que se apresentaram em um trio elétrico. Artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Paulinho da Viola e Geraldo Azevedo levaram suas mensagens de protesto através da música, interpretando canções emblemáticas que criticam a classe política, como “Podres poderes” e “Cálice”, sendo esta última um hino de resistência durante a ditadura militar. As apresentações artísticas, além de entreter, reforçaram a mensagem de luta e resistência.

Outras cidades e repercussão nacional

As manifestações não se limitaram às duas maiores cidades do país. Em outras capitais, a presença de artistas também foi notável. Em Brasília, o cantor Chico César trouxe sua voz ao protesto, enquanto o ator Wagner Moura e a cantora Daniela Mercury se juntaram em uma apresentação em Salvador. Durante seu discurso, Moura criticou a atuação do Congresso e expressou seu amor pela “democracia brasileira”, destacando sua importância como exemplo para o mundo.

A mobilização deste domingo se tornou um marco importante no cenário político brasileiro e reflete o crescente descontentamento de setores da sociedade civil contra medidas que, segundo suas avaliações, representam retrocessos democráticos. O uso da arte como forma de protesto gera uma conexão emocional com o público e fortalece as reivindicações de mudança. Além disso, fica evidente que o debate sobre a PEC da Blindagem e a anistia para condenados pelo golpe continua a agitar as ruas e o coração da população.

Com as tensões políticas ainda em alta, é expectável que novos atos sejam organizados em resposta à atuação política atual, mostrando que a sociedade civil permanece vigilante e mobilizada em defesa dos princípios democráticos.

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