Brasil, 22 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Lula critica Trump em véspera da Assembleia Geral da ONU

Lula critica tarifa americana e reafirma disposição para negociar com os EUA.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se manifestar contra o líder americano Donald Trump, nesta segunda-feira, em uma entrevista à emissora PBS, horas antes da abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Lula considerou “inacreditável” a decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% às exportações brasileiras, uma retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

A crítica de Lula ao tarifaço americano

Lula afirmou que é inconcebível que a política externa dos Estados Unidos utilize medidas punitivas contra o Brasil, um país que, segundo ele, é um exemplo de democracia. “É inacreditável que o presidente Trump tenha esse tipo de comportamento com o Brasil devido ao julgamento de um ex-presidente que tentou um golpe de Estado”, disse Lula, referindo-se explicitamente ao chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que envolveu Bolsonaro em sua condenação atual a 27 anos e 3 meses de prisão.

Disposição para negociações

No entanto, Lula deixou claro que está aberto ao diálogo com o governo americano, destacando que não há justificativa comercial para a imposição da tarifa. Ele expressou sua disposição em negociar, afirmando que “no momento em que os EUA quiserem negociar, estamos prontos”. Lula enfatizou a importância de um relacionamento direto, destacando as figuras de seu gabinete, incluindo seu vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estariam prontos para iniciar conversações comerciais.

Críticas à falta de interlocução dos EUA

O presidente brasileiro criticou a postura dos Estados Unidos, mencionando a falta de disposição do governo Trump para discutir temas comerciais. “Eles falam que não é com eles, que não falam sobre comércio, que é um assunto político. No momento em que o presidente Trump quiser falar sobre política, eu também posso falar sobre política”, enfatizou Lula, indicando que está disposto a manter um diálogo respeitoso.

Defesa da democracia brasileira

Lula também reiterou a posição do Brasil como uma democracia sólida, ressaltando que o presidente não deve interferir no Judiciário. O presidente defendeu que quaisquer negociações devem respeitar a soberania do Brasil, sem imposições político-ideológicas. “Qualquer diálogo deve respeitar a soberania brasileira”, sublinhou.

Sobre o caso do Capitólio

Em relação a suas recentes declarações sobre a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, Lula disse que, se esse evento tivesse ocorrido no Brasil, Trump teria enfrentado consequências legais. “Não estou dizendo que ele (Trump) deveria ter sido julgado, porque não conheço o sistema judiciário dos EUA. Mas se tivesse acontecido no Brasil, o que ocorreu em Washington teria sido julgado aqui”, afirmou o presidente.

Relação pessoal e respeito mútuo

Por fim, Lula destacou que nunca conheceu Trump pessoalmente, mas que o respeita como chefe de Estado. “O que importa é que ele é o chefe de Estado dos Estados Unidos e eu sou o chefe de Estado do Brasil. E como dois chefes de Estado, temos que nos respeitar, porque fomos eleitos democraticamente pelo povo do nosso país”, concluiu o presidente brasileiro, expressando o desejo de manter um relacionamento construtivo com os EUA.

Na véspera de uma das assembleias mais importantes do mundo, Lula destaca a necessidade de dialogar, mas sem abrir mão dos princípios que regem a democracia brasileira, reafirmando a soberania e o respeito mútuo entre nações.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes