Brasil, 22 de setembro de 2025
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Haddad destaca impacto das emendas e precatórios na política fiscal

Ministro da Fazenda alerta que contas públicas dependem também do Congresso e Judiciário para equilibrar gastos e receitas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (23) que o equilíbrio das contas públicas não depende apenas do Executivo. Durante evento do BTG Pactual em São Paulo, ele destacou que decisões do Congresso e do Judiciário influenciam significativamente a política fiscal do país.

Impacto de emendas parlamentares e precatórios

Haddad mencionou que há atualmente R$ 50 bilhões em emendas parlamentares e criticou o crescimento dos precatórios, dívidas judiciais da União, que praticamente dobraram de tamanho nos últimos anos. Segundo ele, essas despesas — que são obrigatórias — impactam diretamente o orçamento.

“Não estou fazendo juízo de valores, mas precisamos entender que os precatórios e as emendas parlamentares fazem parte do cenário. Os precatórios, por exemplo, tiveram um aumento expressivo, mesmo sem decisão do governo”, afirmou.

Decisões judiciais e a tese do século

O ministro também citou a chamada “Tese do Século”, decisão que retirou o PIS/Cofins da base de cálculo do ICMS, causando uma perda de arrecadação estimada em R$ 1 trilhão ao longo do tempo — o equivalente a 10 pontos percentuais do PIB na dívida pública.

Ele destacou ainda que a equipe econômica mantém diálogo com o Judiciário para minimizar os impactos dessas decisões, além de incluir no Orçamento de 2026 quase R$ 80 bilhões em despesas relacionadas ao BPC e ao Fundeb.

Desafios e perspectivas para a política fiscal

Haddad ressaltou que o crescimento econômico é essencial para sustentar as contas públicas, evitando agravamento da situação fiscal. “Se não ocorrer crescimento, o problema só tende a piorar”, observou.

Ele reforçou a necessidade de aprovar reformas e mudanças no Congresso, como o fim dos supersalários no serviço público e ajustes na Previdência dos militares, para fortalecer o arcabouço fiscal do país.

Reforma tributária, indexadores e gestão fiscal

O ministro questionou a disparidade de critérios na aplicação de indexadores em fundos constitucionais, cobrando uma reforma que seja mais uniforme. Além disso, citou os supersalários e as vinculações orçamentárias como obstáculos à discussão ampla sobre o tema.

“Precisamos criar um ambiente político propício no Congresso para que a consolidação do arcabouço fiscal seja sustentável no longo prazo”, afirmou.

Crescimento econômico como prioridade

Haddad reforçou que o crescimento é fundamental para a sustentabilidade das contas públicas e que, sem ele, os ajustes fiscais perdem eficiência. Para avançar, é necessário um apoio maior da política e do Congresso, incluindo a aprovação de projetos em discussão.

Ajustes, juros e o cenário econômico

Para fortalecer a política fiscal, o ministro defendeu o diálogo com parlamentares sobre reformas em regras orçamentárias e criticou os juros elevados, que, segundo ele, não se justificam diante do cenário de crescimento do PIB e queda da dívida pública.

“Com crescimento de 2% do PIB e superávit, a taxa de juros atual não faz sentido”, afirmou. Haddad espera que, a partir do próximo ano, o cenário econômico se estabilize, condicionado a uma agenda de reformas apoiada pelo Congresso.

“Tem muito projeto importante em tramitação. Quero que o foco se torne a economia real, que é o que gera sustentabilidade às contas públicas”, concluiu.

Para mais detalhes, acesse a fonte.

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