Brasil, 22 de setembro de 2025
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Educação a distância supera presencial no Brasil em 2024

Brasil atinge 5,1 milhões de alunos em EAD, superando graduações presenciais. MEC implementa novas regras para garantir qualidade.

No Brasil, um marco significativo na educação superior foi alcançado em 2024: o número de alunos matriculados em cursos de Educação a Distância (EAD) ultrapassou pela primeira vez o de alunos em cursos presenciais. De acordo com o Censo de Educação Superior, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 22 de setembro, o país conta com 5,1 milhões de estudantes em cursos online, enquanto os presenciais totalizam 5 milhões. Este aumento acentuado no número de matrículas em EAD não passou despercebido e motivou uma reavaliação das diretrizes governamentais para esse formato de ensino.

Crescimento significativo em EAD

O relatório revelou que, em 2024, 3,3 milhões de novos alunos ingressaram em cursos online, o que representa o dobro dos 1,6 milhões que começaram em graduações presenciais. Esse crescimento reflete uma tendência crescente por parte dos estudantes em buscar a flexibilidade e as oportunidades oferecidas pela educação a distância, especialmente em um momento em que muitos buscam conciliar trabalho e estudos.

Novas regras do MEC para EAD

Face ao crescimento meteórico das matrículas, o MEC decidiu implementar novas regras com o intuito de garantir a qualidade da formação oferecida por meio da EAD. O novo decreto proíbe a oferta de cursos de graduação totalmente online, exigindo que pelo menos 20% da carga horária seja realizada de forma presencial, seja na sede da instituição ou em campus externos, e também por meio de atividades síncronas mediadas.

Restrições aos cursos mais tradicionais

Além disso, o MEC determinou que os cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia devem ser oferecidos exclusivamente no formato presencial, uma medida que visa assegurar a qualidade e a experiência prática essencial para essas profissões. Essa decisão vem como resposta a preocupações sobre a formação inadequada que poderiam resultar da oferta de cursos totalmente online.

Expansão geral do ensino superior

Outro dado relevante do Censo de 2024 é que o Brasil ultrapassou a marca de 10 milhões de matrículas em cursos de graduação, um aumento de 30% em comparação a 2014. Essa expansão foi particularmente notável nas instituições privadas, que registraram um crescimento nas matrículas de 5,8 milhões para 8,1 milhões entre 2014 e 2024. No entanto, essa expansão não veio acompanhada de um aumento proporcional no número de docentes. A quantidade de professores contratados caiu de 220 mil para 187 mil no mesmo período, levantando preocupações sobre a relação entre a qualidade do ensino e a quantidade de alunos por professor.

A perspectiva futura da educação a distância no Brasil

Com essa nova realidade na educação superior brasileira, é fundamental que tanto o governo quanto as instituições de ensino analisem constantemente a eficácia das novas diretrizes e a qualidade da educação oferecida. A capacidade de adaptação e inovação será crucial para garantir que a educação a distância continue a ser uma opção viável e de qualidade para um número crescente de estudantes no Brasil.

As mudanças recentes enviam um sinal claro sobre a importância de equilibrar a flexibilidade da EAD com a necessidade de uma formação robusta e prática, o que é particularmente relevante em um mundo cada vez mais digital e competitivo.

A transformação da educação superior no Brasil reflete as tendências globais e locais, e acompanhar esses desenvolvimentos será essencial para entendermos o futuro da formação acadêmica no país.

Com tantas mudanças em um espaço tão curto de tempo, resta-nos esperar que as ações do MEC consigam acompanhar as novas demandas do mercado e as expectativas de qualidade da educação pelos alunos e suas famílias.

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