A criança de dois anos morreu após a cadeirinha infantil em que estava ser arremessada para fora do veículo durante um acidente na BR-376, em Paranavaí, no Noroeste do Paraná, na manhã do último domingo (21). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o carro capotou após sair da pista, atravessar a rodovia e capotar. Os demais ocupantes, incluindo a condutora de 30 anos, duas passageiras de 33 e 50 anos e uma criança de cinco anos, sofreram ferimentos.
Importância do uso adequado da cadeirinha
O caso reforça que não basta adquirir uma boa cadeirinha infantil; é fundamental instalá-la corretamente para garantir a segurança da criança. Especialistas lembram que, mesmo com a obrigatoriedade do equipamento, muitos acidentes continuam ocorrendo por falhas na instalação ou uso inadequado.
Tipos de cadeirinhas e recomendações
De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), há diferentes faixas de idade e peso para os dispositivos de retenção. Bebê conforto é indicado até 1 ano ou 13 kg, enquanto a cadeirinha é recomendada para crianças de 1 a 4 anos e peso entre 9 kg e 18 kg. O assento de elevação é utilizado entre 4 e 7 anos, com peso de até 36 kg ou altura de 1,45 m.
O especialista Gustavo Kuster, do Inmetro, explica que há modelos certificadas que abrangem vários grupos, podendo ser utilizados por mais tempo. “Algumas cadeirinhas comportam de 0 kg a 25 kg, o que prolonga sua utilização”, afirma.
Como instalar e usar corretamente
A instalação correta é essencial para a eficácia do equipamento. O lugar mais seguro para transportar a criança é no banco traseiro, com cinto de três pontos e o dispositivo adequado. Caso essa opção não seja possível, o banco dianteiro pode ser utilizado, desde que o airbag seja desligado para evitar riscos em caso de acidente.
Na situação de veículos com cinto de dois pontos no banco de trás, o recomendável é colocar a criança no banco da frente, com o airbag desligado — uma prática que deve ser evitada sempre que possível e só deve ocorrer em situações específicas, como crianças acima de 10 anos ou deficiência do banco traseiro.
Certificação e fiscalização
Para garantir a eficácia, o equipamento deve ser certificado pelo Inmetro e instalado de acordo com as orientações do fabricante. Segundo Fábio Viviani, especialista em segurança veicular, cadeirinhas sem o dispositivo Isofix, obrigatório em novos veículos desde 2020, podem apresentar maior risco de falha na fixação.
Riscos e consequências do uso errado
Além do risco de acidentes, o uso inadequado de cadeirinhas pode levar a multas de R$ 293,47, além de sete pontos na CNH e retenção do veículo. A PRF reforça que a instalação correta evita que a cadeirinha se torne um “projétil” em acidentes, como ocorreu no caso de Paranavaí.
Dados sobre segurança veicular no Brasil
Estudos do Observatório Nacional de Segurança Viária mostram que estados como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro estão entre os piores em segurança veicular, incluindo baixa adesão ao sistema Isofix. No caso do carro envolvido no acidente, um Mitsubishi Pajero Sport fabricado até 2008, não havia obrigatoriedade de Isofix na época de fabricação.
Fake news e orientações oficiais
No início deste ano, circularam informações falsas na internet sobre supostas mudanças nas regras de transporte infantil. O Ministério dos Transportes alertou que, desde 2021, nenhuma alteração na legislação foi aprovada, reforçando a importância de seguir as orientações oficiais e evitar desinformação.
Para mais detalhes sobre o uso adequado da cadeirinha e dicas de segurança, acesse a matéria completa no g1 Carros.
