Brasil, 22 de setembro de 2025
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Crescimento do ensino a distância é impulsionado pela rede privada

Em 2024, 73% dos ingressantes em faculdades particulares optaram por EaD, enquanto 84% dos públicos escolheram cursos presenciais.

O cenário educacional brasileiro tem passado por transformações significativas, especialmente no que diz respeito ao ensino a distância (EaD). Um levantamento recente do Censo da Educação Superior, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), trouxe à tona dados que revelam o crescimento acentuado dessa modalidade. Em 2024, 73% dos novos alunos matriculados em faculdades particulares estavam classificados como estudantes de EaD, marcando um momento histórico onde o número de alunos nessa modalidade ultrapassou o número de alunos em cursos presenciais nas instituições privadas.

A discrepância entre os setores privado e público

Embora o ensino a distância tenha demonstrado uma ascensão fabulosa no setor privado, a realidade é bem distinta nas instituições de ensino público. De acordo com o Censo, 84% dos ingressantes nas universidades públicas optaram por cursos presenciais. Essa disparidade levanta questionamentos sobre a aceitação do EaD no setor público e o que isso significa para o futuro da educação superior no Brasil.

Educação superior: uma questão de acesso

Um dos pontos mais críticos abordados pelo Censo diz respeito à geografia da educação superior no Brasil. Dos 5.571 municípios, apenas 3.416 possuem alguma oferta de educação superior. Os outros 2.155 municípios (38,6%) não têm nenhum curso, seja presencial ou EaD. Isso indica que um grande número de brasileiros ainda enfrenta barreiras significativas para acessar a educação superior.

A realidade dos municípios com cursos de EaD

Entre os municípios que oferecem educação superior, 1.087 disponibilizam tanto cursos presenciais quanto a distância, concentrando 4,6 milhões de estudantes, ou 89% das matrículas de EaD. Em contrapartida, 2.300 municípios possuem somente cursos EaD, abrangendo 532 mil alunos, que representam cerca de 10% dos estudantes de EaD. Essa concentração evidencia uma centralização da oferta de ensino a distância em áreas específicas do país, o que pode gerar novas inequidades na educação.

O perfil dos cursos a distância

O levantamento também revela o perfil dos cursos oferecidos nas duas modalidades. Nos cursos presenciais, o bacharelado predomina. No entanto, no ensino a distância, a distribuição é notavelmente diferente: 43% das vagas estão em cursos tecnológicos, 33% em bacharelados e 20% em licenciaturas. Essa tendência mostra uma preferência por cursos mais curtos e diretamente aplicáveis ao mercado de trabalho, algo que pode atrair muitos estudantes.

Impacto da nova regulamentação do MEC

Em vista do crescente número de matrículas em cursos a distância, o MEC introduziu novas regras em 2024, visando assegurar a qualidade da formação oferecida. Entre as diretrizes, uma das mais significativas proíbe a oferta de cursos de graduação integrais 100% online, estabelecendo que ao menos 20% da carga horária deve ser ministrada presencialmente, seja na sede da instituição ou em campus externos. Essa medida foi implementada como uma forma de garantir a interação e o aprendizado prático, essenciais em cursos superiores.

Além disso, o MEC também baniu a modalidade de EaD em cursos como Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia, ressaltando a importância do ensino presencial em áreas que exigem não apenas conhecimento teórico, mas também experiência prática oportuna.

Conclusão

A virada do ensino superior brasileiro em direção ao EaD, embora promissora, traz à tona questões complexas sobre a equidade no acesso e a qualidade da formação. É essencial que os educadores e gestores compreendam a dinâmica dessa nova realidade, buscando não apenas ampliar a oferta de cursos, mas também garantir que todos os estudantes, independentemente de sua localização, tenham acesso a uma educação de qualidade. O futuro da educação superior no Brasil pode muito bem depender do equilíbrio entre as modalidades presencial e a distância, garantindo assim formação adequada e oportunidades iguais para todos os estudantes.

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