A Argentina anunciou nesta segunda-feira (22) que até 31 de outubro ficarão eliminados os tributos sobre as exportações de soja, milho, trigo, girassol e outras culturas, em uma tentativa de gerar maior ingresso de dólares durante o período eleitoral. A medida, que terá efeito até cinco dias após as eleições nacionais, busca reforçar as reservas do Banco Central em meio à forte pressão cambial.
Incentivo às exportações de setores-chave
Segundo o porta-voz presidencial Manuel Adorni, a decisão faz parte de um esforço para estimular as vendas externas do setor agropecuário, que deve impulsionar a entrada de divisas no país. Dados do próprio governo indicam que, em 2024, as exportações de produtos agroindustriais cresceram 56% em volume e 26% em valor, com destaque para trigo, girassol, milho e óleo de soja.
A medida também acompanha recentes reduções de impostos aplicados ao setor, como uma queda de 20% na tributação sobre produtos de grãos e 26% na cadeia de carnes, além de cortes nas alíquotas de 12% para milho e sorgo, que passaram para 9,5%, e de 33% para soja, agora fixada em 26%, com os derivados tributados em 24,5%, frente a 31% anteriormente.
Contexto econômico e mudança de política
Na semana passada, o Banco Central vendeu US$ 1,1 bilhão em meio às tensões no mercado cambial, tentando manter o peso argentino dentro da banda de negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A decisão de zerar os tributos se insere na estratégia oficial de acelerar as exportações e aumentar o fluxo de dólares, essencial para fortalecer as reservas cambiais do país.
“A velha política busca gerar incerteza para boicotar o programa de governo. Ao fazer isso, castigam os argentinos: não vamos permitir”, afirmou Jair Bolsonaro, líder opositor, em sua conta na rede social X, criticando as ações que, na sua visão, prejudicam a estabilidade econômica.
Perspectivas e reações do setor
Analistas avaliam que a medida deve acelerar ainda mais as vendas externas, contribuindo para uma melhora nas reservas cambiais oficiais. “Este governo entende ser necessário criar condições favoráveis para a produção e o comércio exterior, fortalecendo a estabilidade macroeconômica e estimulando o desenvolvimento regional”, justificou o documento oficial.
O setor agroindustrial, que vem registrando crescimento expressivo nas exportações, espera que as novas ações possam ampliar essa tendência e ajudar o país a atravessar um período de dificuldades financeiras e de reserva limitada.
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