Um protesto de direita na Holanda se transformou em violência e caos no último sábado, quando manifestantes colidiram com a polícia e vandalizaram o escritório de um partido político, a apenas semanas das eleições gerais do país. A situação se intensificou rapidamente em meio a uma grande presença policial e um clima tenso.
Conflitos e Reações das Autoridades
A presença policial foi reforçada para controlar a situação, e as autoridades utilizaram gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que atacavam os policiais e até incendiaram um veículo da polícia. Não houve informações imediatas sobre feridos ou detenções, mas a mídia local mostrou imagens de manifestantes vandalizando o escritório do partido centrista D66.
A agência de notícias holandesa ANP relatou que aproximadamente 1.500 manifestantes, em sua maioria contra a imigração, bloquearam a A12, uma importante rodovia que liga Haia à fronteira com a Alemanha.
Rob Jetten, líder do D66, expressou indignação em relação à violência, enfatizando que não aceitará intimidações. Ele fez uma declaração clara nas redes sociais: “Bandidos. Mantenham suas mãos longe dos partidos políticos. Se vocês acham que podem nos intimidar, estão enganados. Nunca permitiremos que manifestantes extremistas tirem nosso belo país de nós.”
Na imagem, um veículo da polícia em chamas, evidenciando a gravidade da situação que se desenrolou em Haia no dia 20 de setembro de 2025. O primeiro-ministro interino, Dick Schoof, descreveu as cenas como “chocantes e bizarras” e considerou os ataques aos policiais e ao escritório do D66 como “totalmente inaceitáveis”. Ele confiou que a polícia e os promotores levarão os responsáveis à justiça.
As consequências políticas do protesto
Este evento ocorre em um contexto político delicado, a poucos dias da eleição geral marcada para 29 de outubro, convocada após a saída do legislador anti-Islã Geert Wilders da coalizão governamental em um desentendimento sobre políticas de imigração. Wilders, uma figura controversa, já havia sido criticado por suas posições extremistas e, em uma recente declaração, condenou os manifestantes que bloquearam a rodovia e atacaram a polícia, referindo-se a eles como “idiotas” e “escória”.
Significativamente, muitos manifestantes estavam portando uma bandeira dos Países Baixos com uma faixa laranja em vez de vermelha, um símbolo associado ao partido nazista holandês pré-guerra (NSB), refletindo uma ressonância histórica peculiar e perturbadora. Jetten também especificou que essas manifestações não representam a verdadeira essência dos Países Baixos, mas sim uma tentativa de intimidação.
A insatisfação e a tensão entre os partidos políticos estão crescendo, especialmente em um ambiente onde o apelo por políticas de imigração mais rigorosas está em ascensão. As imagens de violência e vandalismo não apenas abalaram a população, mas também destacaram as divisões profundas dentro da sociedade holandesa.
Reflexões sobre a situação atual
A violência nas ruas de Haia enfatiza a polarização crescente nas sociedades contemporâneas e os desafios que países como a Holanda enfrentam ao lidarem com questões de imigração e extremismo político. Como os líderes e cidadãos responderão a esses eventos poderá moldar o futuro político não apenas do país, mas também potencialmente influenciar debates mais amplos na Europa e além.
A expectativa agora se volta para como as autoridades irão responder a este episódio de violência e quais medidas serão tomadas para garantir a segurança durante as próximas eleições gerais. Com o clima de instabilidade político à vista, a nação se prepara para momentos cruciais em seu panorama democrático.