Durante a pandemia, resorts de bem-estar nos Estados Unidos, como o Movara em Utah, atingiram seu auge, com reservas esgotadas e alta demanda por programas de desintoxicação e perda de peso. Entretanto, nos anos seguintes, o cenário mudou drasticamente com o advento de medicamentos como Ozempic e Wegovy, que prometem resultados duradouros sem esforço, antes inimagináveis no setor.
Transformações na indústria de resorts de bem-estar
Segundo especialistas, esses medicamentos têm provocado ondas de choque no mercado global de bem-estar, avaliado em US$ 6,3 trilhões. Resorts como Hilton Head Health e Skyterra Wellness, que tradicionalmente ofereciam programas de detox e disciplina rigorosa, agora enfrentam dificuldades para manter o público devido à preferência por tratamentos farmacológicos que garantem emagrecimento sem o esforço de atividades físicas intensas ou dietas restritivas.
Adaptação dos resorts às novas demandas
Enquanto alguns resorts tentam incorporar os medicamentos em seus programas, a mudança no perfil dos hóspedes também é notável. O The Ranch, na Califórnia, por exemplo, passou a atender mais mulheres na menopausa e usuários de medicamentos como GLP-1, oferecendo programas de suporte ao uso dessas drogas, que chegam a custar US$ 12.400 por seis noites.
Para o diretor de programas do Hilton Head Health, David Chesworth, muitos hóspedes atualmente preferem tentar esses remédios antes de ingressar nos programas tradicionais. “Vão tentar primeiro esse remédio, em vez de fazer um programa de emagrecimento convencional”, afirma Chesworth.
O novo perfil do cliente de spas de destino
Com o aumento do uso desses medicamentos, a indústria de bem-estar precisa reconsiderar suas estratégias. Segundo Susie Ellis, presidente do Global Wellness Institute, o futuro do setor pode estar na combinação entre medicina, bem-estar e biohacking de alta tecnologia, exigindo um “novo casamento” entre esses conceitos.
Resorts famosos como o Skyterra, na Carolina do Norte, passaram a oferecer programas que orientam os hóspedes sobre o uso responsável dessas drogas, além de manter foco em saúde física e mental, com consultas médicas e suporte online. Os programas tendem a ser cada vez mais personalizados e duradouros, visando resultados sustentáveis.
Impactos e perspectivas futuras
Especialistas alertam que essa mudança exige que os spas repensem suas ofertas e estratégias de marketing. Como lembra o fundador da Spas of America, Craig Oliver, o setor passou por ciclos de mudanças semelhantes nas últimas décadas, e a adaptação é fundamental para evitar o colapso. A previsão, segundo o levantamento do CDC de 2024, é que o uso de medicamentos como Ozempic cresça mais de 73% até 2025, reforçando a necessidade de inovar.
Enquanto isso, a adoção de medicamentos revolucionários continua a aumentar e deve transformar a lógica do bem-estar, que agora passa a integrar tratamentos médicos de alta tecnologia. Resorts que souberem incorporar essa nova realidade poderão conquistar uma clientela mais informed, exigente e orientada por resultados医疗s duradouros.
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