Um novo cenário está se formando nas escolas de Kentucky, onde a proibição do uso de celulares em sala de aula está levando os alunos a se dedicarem mais à leitura. Jefferson County Public Schools, o maior distrito escolar do estado, que atende cerca de 97.000 alunos, registra um aumento significativo no empréstimo de livros nas bibliotecas desde o anúncio da nova política.
Aumento significativo no empréstimo de livros
Na Ballard High School, localizada em Louisville, a situação é emblemática. Apenas 31% dos cerca de 2.000 alunos atendem aos padrões de proficiência de leitura do estado. No entanto, em agosto, 891 livros foram retirados da biblioteca, um aumento de 67% em relação ao ano anterior, quando apenas 533 livros foram emprestados. A bibliotecária Stephanie Conrad confirma que a proibição tem contribuído para esse aumento. “Nós antecipamos um grande aumento na circulação de livros e planejamos para isso durante o verão”, disse Conrad.
Uma mudança de comportamento entre os alunos
O fenômeno não se limita apenas a Ballard; a tendência de aumento continua ao longo de setembro, com um aumento de 39% nos empréstimos de livros em comparação ao ano passado. Conrad observou que o gênero mais procurado pelos alunos agora são mistérios e thrillers, especialmente os “whodunits”. “Alguns alunos estão recorrendo aos livros para evitar problemas com seus celulares, enquanto outros estão desenvolvendo um hábito que esperamos que perdure ao longo da vida”, disse ela.
Para apoiar essa nova fase de leitura, a bibliotecária tem trabalhado junto aos professores para organizar visitas regulares à biblioteca, permitindo que os alunos possam explorar livros durante o horário escolar. “Estamos fazendo o possível para garantir que os livros estejam disponíveis e atrativos”, finaliza Conrad.
O impacto da proibição de celulares
A proibição de celulares nas escolas não é uma exclusividade de Kentucky. Atualmente, 35 estados dos EUA implementaram restrições similares. Em muitos casos, essa mudança tem levado a um aumento significativo no envolvimento dos alunos em sala de aula. “Quando há uma situação de emergência, quem deve ser a prioridade do aluno? O responsável que está supervisionando a sala ou o celular?”, questionou o deputado James Tipton, um dos defensores da nova lei.
Apesar de algumas objeções por parte de pais que defendem o direito dos filhos a acesso imediato ao celular em situações críticas, os dados mostram que a proibição tem gerado resultados positivos em termos de envolvimento e concentração dos alunos.
Um movimento crescente em todo o país
A ideia de restringir o uso de celulares nas escolas está se espalhando rapidamente. O governador de Nova York, Kathy Hochul, anunciou que o estado se tornaria o maior do país a implementar restrições de uso de celulares em escolas públicas, insistindo que os jovens não podem ter sucesso se estão “clicando e rolando” em vez de aprender. Com essa mentalidade, as bibliotecas da Nova York poderão ter dados sobre o impacto da nova política no próximo semestre, embora os relatos informais já indiquem um aumento no empréstimo de livros em algumas escolas.
O aumento na interação entre alunos e professores e a diminuição de problemas comportamentais são algumas das consequências positivas observadas após a implementação dessas políticas. Educadores relatam que a capacidade de manter o foco nas aulas melhorou substancialmente, contribuindo para um ambiente de aprendizado mais produtivo.
Com um panorama educacional se transformando e um retorno renovado ao hábito da leitura, o futuro parece promissor. O aumento dos empréstimos de livros nas bibliotecas é um sinal claro de que, ao desviar a atenção dos celulares, os alunos estão redescobrindo o prazer da leitura.
