No último dia 13 de setembro, um episódio inusitado aconteceu em um cinema de um shopping na Zona Leste de São Paulo. A exibição do filme “Demon Slayer: Castelo Infinito”, classificado para maiores de 18 anos, foi interrompida após a entrada de uma mãe com seus filhos menores, gerando tumulto e a chamada da polícia. Essa ocorrência levanta questões importantes sobre a classificação indicativa de filmes e sua aplicação em situações cotidianas.
Classificação indicativa: o que é e como funciona?
Antes de analisarmos os desdobramentos do incidente, é pertinente entender como a classificação indicativa de filmes é estabelecida no Brasil. A classificação é atribuída com base em três eixos temáticos: sexo e nudez, drogas, e violência. O objetivo dessas classificações, conforme informa o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é informar previamente aos pais e responsáveis sobre o conteúdo dos filmes, permitindo uma escolha consciente.
Os critérios para a classificação variam, e as categorias incluem:
- Livre: Conteúdos leves, como armas sem violência e nudez não erotizada.
- 10 anos: Cenários que podem causar medo e linguagem depreciativa.
- 12 anos: Agressões verbais e insinuações de conteúdo sexual.
- 14 anos: Temas sensíveis, como exploração sexual e eutanásia.
- 16 anos: Conteúdos mais pesados, como tortura e crimes de ódio.
- 18 anos: Exclusivamente para maiores de idade, com liberdade para exibir apologia à violência e conteúdo sexual explícito.
O anime “Demon Slayer”, em particular, recebeu a classificação +18 devido à sua intensa presença de temas como medo, violência extrema e questões sensíveis, o que provoca a noção de que o conteúdo não é adequado para crianças.
O que ocorreu no shopping em São Paulo?
Na noite da exibição, após a tentativa de uma mãe em levar seus dois filhos menores para assistir ao filme, a situação saiu do controle. Funcionários do cinema exigiram que as crianças deixassem o local, mas uma das famílias se negou a fazê-lo, resultando em uma briga e um atraso de quase uma hora para o início da sessão.
Diante da recusa em cumprir as normas de entrada, a rede Cinemark decidiu acionar a polícia. Quatro policiais militares foram chamados para intervir e acalmar a situação, explicando a necessidade de seguir as diretrizes de classificação indicativa.
Posição da Cinemark e pais envolvidos
Em nota, a Cinemark esclareceu que a mãe não havia respeitado as condições de entrada para filmes com classificação de +18 anos, as quais proíbem a presença de crianças com 15 anos ou menos, mesmo que acompanhadas dos pais. A empresa afirmou que sempre promove suas regras de acesso em suas plataformas digitais e bilheteiras físicas, buscando garantir que os espectadores estejam cientes das restrições.
A mãe alegou, em boletim de ocorrência, que não recebeu informações claras sobre a classificação quando adquiriu os ingressos, enquanto a rede de cinemas reforçou que já havia notificado amplamente a documentação e as diretrizes necessárias.
Quais serão os próximos passos?
A Polícia Civil informou que o representante do cinema será intimado para prestar esclarecimentos sobre o incidente. Diligências continuam para elucidar todos os aspectos desse evento no cinema de São Paulo, fator que explora a dinâmica da classificação indicativa e a responsabilidade dos responsáveis em relação ao conteúdo consumido por crianças e adolescentes.
Sobre a franquia Demon Slayer
Demon Slayer é uma famosa franquia japonesa criada por Koyoharu Gotouge, que iniciou sua trajetória como mangá na revista “Weekly Shonen Jump” entre 2016 e 2020. A trama acompanha Tanjiro Kamado, um jovem que busca vingar sua família massacrada por demônios, enfrentando diversos perigos e se aprimorando como exterminador de demônios. O sucesso da franquia, que inclui um aclamado anime, conquistou fãs em todo o mundo, tornando-se uma das referências na cultura pop contemporânea.
Esse caso ressalta não apenas a importância da classificação indicativa, mas também o papel vital dos pais e responsáveis na hora de escolher o que os jovens devem assistir, refletindo sobre as necessidades de proteção e discernimento em relação ao conteúdo apropriado.