Antes mesmo de iniciar as filmagens de “West Side Story” em 1961, vários astros de Hollywood, como Elvis Presley, Elizabeth Taylor e Marlon Brando, foram considerados para papéis principais, segundo relatos de bastidores. Essas estrelas chegaram a ser cotadas, mas o elenco final trouxe nomes menos conhecidos que se destacaram pelo talento, como Natalie Wood e Rita Moreno.
Seleção do elenco e bastidores de gravações
O processo de casting foi marcado por dificuldades, especialmente na escolha de Maria, personagem que quase foi escalada para uma atriz sem experiência de canto. Somente após assistir a uma cena de Warren Beatty em “Splendor em Casa”, a equipe optou por Natalie Wood, que, embora tivesse recebido aulas de canto, teve sua voz dubada na versão final por Marni Nixon. Já Richard Beymer, que interpretou Tony, também teve sua vocalização feita por Nixon e Jimmy Bryant.
Rita Moreno, que interpretou Anita, entrou na produção após várias audições e encarou um difícil teste de dança. Ela contou que treinou incansavelmente para conseguir o papel, incluindo aulas de dança por toda parte. Morando em uma época de racismo institucionalizado, Moreno afirmou que foi insistente na tentativa de conseguir uma caracterização mais autêntica dos personagens porto-riquenhos, protestando contra o uso de maquiagem escura e o uso de sotaque universal.
Os bastidores das cenas mais marcantes e os obstáculos durante as filmagens
Locações e desafios técnicos
As filmagens começaram em locais icônicos de Nova York, como 68th e Amsterdam, e 110th e 2nd Ave, com cenas ao ar livre em uma rua que hoje abriga o Lincoln Center. As condições eram difíceis: o número de abertura, “Prologue”, levou seis semanas para ser gravado, superando o orçamento e deixando os atores exaustos. Jerome Robbins, diretor coreográfico, tentou várias versões dos passos, o que deixou a equipe sobrecarregada e ocasionou algumas lesões, como uma perfuração no joelho de Susan Oakes.
Desafios e acidentes na produção
Durante as cenas de dança mais exigentes, houve acidentes, como Gina Trikonis, que contraiu mononucleose e precisou ser substituída por uma dublê. Além disso, o set de “Cool” foi desafiante devido ao espaço reduzido e ao calor intenso causado pelos refletores. Robbins também foi afastado na metade da produção, devido a atrasos e problemas de orçamento, sendo substituído por Robert Wise.
Conflitos e tensões entre os atores
Rita Moreno revelou que, durante as filmagens, houve momentos de grande emoção, especialmente na cena de ataque em Doc’s, que ela descreve como extremamente difícil e emocionalmente desgastante. Além disso, Moreno contou que existiam conflitos internos entre os atores Jackie, que interpretou Riff, e Richard Beymer, que fazia Tony, com acusações de antipatia mútua e comentários ríspidos em bastidores.
Inovação na coreografia e os custos elevados
Jerome Robbins, reconhecido por sua criatividade, tentou várias versões para as coreografias, o que atrasou as gravações. A cena de “America”, por exemplo, foi a mais cara do filme, com alterações de última hora na construção do set para acomodar as mudanças de movimento dos atores. Os figurinos também tiveram que ser produzidos em diversas réplicas, aumentando o orçamento de produção.
Impacto duradouro e curiosidades adicionais
Apesar de dificuldades, o filme se tornou um marco cultural, com histórias de bastidores que continuam a surpreender os fãs. Por exemplo, a controvérsia sobre a representação racial, a resistência de Moreno contra os aspectos racistas do roteiro, e as tensões entre atores que, no final, deram origem a uma obra-prima atemporal.
Se quiser explorar ainda mais os detalhes obscuros e os bastidores deste clássico, o livro “West Side Story: The Jets, the Sharks, and the Making of a Classic” de Richard Barrios é uma leitura indispensável.
