No último sábado (20/9), o senador Eduardo Girão, do partido Novo, no Ceará, anunciou que realizou uma “visita humanitária” à deputada federal Carla Zambelli, que está presa na Itália desde agosto deste ano. A visita, acompanhada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), foi documentada em um vídeo publicado nas redes sociais, onde Girão expressou sua satisfação com o que considerou um “dever cumprido”.
Motivos da visita
A viagem de 24 horas à Itália teve como objetivo principal visitar Zambelli, que se tornou uma figura polarizadora na política brasileira. Durante o vídeo, Girão declarou: “Estamos voltando ao Brasil com a certeza do dever cumprido. Que Deus tenha misericórdia da vida da nossa amiga Carla Zambelli”. A deputada, conhecida por sua forte atuação política, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à inclusão de documentos falsos.
Girão fez questão de destacar que a visita foi realizada com recursos próprios, sem qualquer utilização de dinheiro público, uma afirmação que pode ser entendida como uma tentativa de evitar críticas sobre o uso das verbas estatais em atividades controversas.
Relatório e futuras ações
No conteúdo compartilhado, Damares Alves frisou a importância da visita para a elaboração de um relatório que será apresentado a autoridades nacionais e internacionais. O que gerou expectativa entre os apoiadores de Zambelli é que esse documento poderá servir como uma forma de defesa da deputada diante das autoridades.
A visita acontece em meio a uma onda de apoio à deputada por parte de seus colegas que veem sua prisão como uma questão de perseguição política. A presença de senadores da base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro na comitiva demonstra um alinhamento político em defesa de Zambelli, que se declarou “intocável” na Itália devido à sua cidadania italiana.
Contexto e repercussão
A condenação de Carla Zambelli não é um caso isolado, mas sim parte de um cenário mais amplo de repressão à corrupção e à proteção das instituições brasileiras. Após deixar o Brasil em junho, em meio a uma intensa polarização política, a deputada viu sua situação se complicar. A ação de Girão e Damares, aliás, foca na tentativa de manter viva a imagem de Zambelli enquanto busca apoio internacional.
Em resposta às informações sobre a viagem, críticos argumentam que a ação é uma forma de desvio de atenção das questões mais sérias que o Brasil enfrenta, destacando que os senadores poderiam ter utilizado seu tempo para lidar com os problemas internos do país.
A linha do tempo de Zambelli
A deputada Carla Zambelli foi condenada em um caso que envolveu tentativas de alteração de informações oficiais, o que gerou debates acalorados na Câmara dos Deputados e nas redes sociais. Seu apoio à narrativa de que sua prisão é injusta e motivada politicamente foi uma constante durante sua trajetória desde a condenação.
O uso das redes sociais e a mobilização de seus apoiadores, como a ação recente dos senadores Girão e Damares, demonstram a estratégia que ela e seus aliados estão adotando para tentar reverter o quadro judicial a seu favor. Enquanto isso, críticas sobre a utilização de verba pública e a legitimidade da visita continuam a circular entre opositores.
Conclusão
O retorno dos senadores ao Brasil com um suposto “dever cumprido” levanta questões sobre as implicações políticas de seus atos e a real influência que as visitas humanitárias podem ter na esfera política e nas decisões judiciais. A história de Carla Zambelli continua a provocar divisões entre apoiadores e opositores, refletindo a complexidade e a polarização do atual cenário político brasileiro.
