A investigação sobre o trágico assassinato de Karina Cristina Queiroz, de 22 anos, ocorrido em Ribeirão Preto (SP), avança com a reconstituição do crime realizada pela Polícia Civil na última terça-feira (16). A jovem foi encontrada morta em sua residência no dia 1º de agosto, e a reconstituição visa esclarecer as circunstâncias que envolvem seu homicídio, particularmente em relação à versão apresentada pelo principal suspeito, o radialista Rodrigo César Mucci.
O crime e as primeiras investigações
Karina Queiroz foi encontrada por sua amiga caída no chão do quarto, com marcas de disparos de arma de fogo no rosto. Segundo a amiga, um homem teria chegado à residência da vítima por volta das 16h50 no dia do crime, após a jovem marcar um encontro por um aplicativo de namoro. As circunstâncias da morte de Karina inicialmente levantaram a hipótese de latrocínio, uma vez que seu celular havia desaparecido.
Dez dias depois, a polícia prendeu Rodrigo Mucci, identificado através de imagens de câmeras de segurança. O veículo ligado ao suspeito estava na proximidade da casa de Karina no momento do crime, mas sua placa foi adulterada. Mucci, ao ser interrogado, confessou o assassinato e alegou que agiu sob pressão, mencionando ter sido ameaçado pela vítima caso não pagasse pelo encontro marcado.
A reconstituição do crime
Durante a reconstituição, Mucci detalhou sua versão, afirmando que pretendia apenas intimidar Karina. Contudo, a versão dele foi contestada por familiares da jovem, que alegam que ele procura justificar seus atos e enganar as autoridades. Júlia Queiroz, irmã da vítima, declarou: “Ele vai contar a versão que vai favorecer ele, porque eu não acredito.” A reconstituição busca esclarecer as discrepâncias entre o relato do suspeito e as evidências físicas encontradas no local.
O delegado responsável pelo caso, André Baldochi, demonstra ceticismo sobre a afirmativa de Mucci de que o disparo foi um acidente. Segundo Baldochi, os indícios apontam que a ação foi premeditada, uma vez que o suspeito adulterou a placa do carro e entrou na residência da vítima com uma arma. “Acredito que uma das qualificadoras é a premeditação”, disse o delegado.
A defesa e os próximos passos
A defesa de Mucci, representada pela advogada Júlia Campos, afirma que o cliente está colaborando com a investigação e que todos os detalhes apresentados por ele estão coerentes. “Estamos fazendo o possível para que a justiça seja feita. Se ele tiver que responder, que seja por suas ações”, afirmou a advogada.
Atualmente, Mucci permanece em prisão preventiva sob a acusação de posse irregular de arma. A polícia espera concluir o inquérito e formalizar a acusação de homicídio qualificado em breve, mas a possibilidade de feminicídio ainda não foi considerada, dado que a relação entre Mucci e Karina não era afetiva.
Expectativas da família
A família de Karina aguarda que a justiça seja feita e que o suspeito enfrente as consequências de seus atos. Júlia Queiroz expressou a esperança de que Mucci seja condenado: “A gente está tentando ser forte. Eu espero que ele fique preso até o julgamento e que ele pegue a pena máxima.” O caso segue repercutindo nas mídias locais e gerando discussões sobre segurança e feminicídio.
A investigação continua em andamento e o caso se torna um símbolo da luta contra a violência de gênero, com apelos por justiça ecoando nas redes sociais e entre a comunidade.
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