A cidade de Cristais Paulista, localizada no estado de São Paulo, enfrenta uma situação crítica no abastecimento de água. No último dia 14 de setembro, a prefeitura anunciou a implementação de um racionamento de água por tempo indeterminado, em decorrência da estiagem prolongada e da falha em uma bomba de abastecimento. Essas medidas visam garantir que a população tenha acesso ao recurso, que se tornou escasso.
Impacto do racionamento na rotina da população
Com a redução de 50% na capacidade de distribuição de água, em razão da quebra da bomba que liga a estação de tratamento ao reservatório elevado, a prefeitura estabeleceu um cronograma de interrupções no fornecimento. Os moradores terão água interrompida duas vezes ao dia: das 14h às 17h e das 21h às 6h. Essa decisão, segundo a administração municipal, é estratégica para equilibrar os níveis dos reservatórios até o retorno das chuvas.
O operador de câmara fria, Guilherme Rodrigues dos Santos, relata que a situação tem complicado sua rotina. “Com o racionamento ficou mais complicado, porque a gente chega em cima do horário e tem que correr logo pra organizar as coisas, senão a água acaba”, desabafa. A dona de casa Isabel Cristina Rosa também expressa sua frustração: “Precisa lavar roupa, lavar louça, limpar a casa direitinho, mas não tem água”, ressalta, enfatizando que a falta de solução para a crise hídrica é uma preocupação constante.
Fatores que levaram ao racionamento
O aumento significativo no consumo de água em Cristais Paulista, que saltou de 1,6 milhão de litros por dia em 2014 para cerca de 4 milhões atualmente, é um dos principais fatores que contribuíram para a crise hídrica. Além do crescimento populacional e do aumento das atividades na cidade, a falta de infraestrutura adequada também é um desafio. Com apenas dois poços artesianos em operação e outros dois fora de uso, a administração municipal se vê em uma situação complicada.
Um dos poços no bairro Franco Montoro não apresenta água suficiente, enquanto no bairro Belo Horizonte, a interligação à rede ainda não foi finalizada, embora seja utilizado de forma pontual para atender a demandas específicas, como combate a incêndios. Essas limitações, somadas ao período de estiagem, exigem a adoção de medidas emergenciais, como o racionamento de água.
Ações da prefeitura e planejamento futuro
Em um apelo à população, o prefeito Elson Gomes pediu que todos contribuam com o uso consciente da água. “Água é um bem muito precioso. Convido a vocês a economizar, não vamos lavar calçadas nesses períodos, carros”, enfatizou. O secretário do Meio Ambiente, Moacir Almeida, complementou que o município está investindo em soluções para a crise hídrica. A licitação para a interligação do poço do bairro Belo Horizonte está em fase final, o que promete aumentar a captação de água para a rede de abastecimento.
“Estamos correndo atrás de recursos para finalizar esse processo e garantir que o poço possa ser utilizado em sua totalidade na rede de água”, afirmou Almeida, ressaltando a importância de soluções a longo prazo para evitar que a população enfrente novamente uma situação como essa.
A perspectiva de chuvas e a esperança da população
A expectativa é que a chegada das chuvas alivie a pressão sobre o sistema de abastecimento. Contudo, os moradores estão cientes de que a consciência coletiva e o uso responsável da água são fundamentais para a superação desse desafio. Enquanto isso, a prefeitura continua a trabalhar para melhorar a infraestrutura e garantir que Cristais Paulista possa lidar melhor com a escassez de água no futuro.
As dificuldades enfrentadas pela população refletem não apenas a realidade de Cristais Paulista, mas também a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura hídrica em várias regiões do Brasil, especialmente em tempos de mudanças climáticas e estiagens prolongadas.
Como uma cidade que com frequência lida com a falta de água, Cristais Paulista serve de exemplo sobre a importância da gestão adequada de recursos hídricos e da necessidade de soluções colaborativas entre a administração pública e a população.