O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida está mostrando um papel significativo no aquecimento do setor imobiliário da região de Campinas, em São Paulo. No primeiro semestre de 2025, 53,2% das unidades imobiliárias vendidas passaram por esse importante programa do governo federal, conforme revela uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP) em colaboração com a Brain Inteligência Estratégica.
O impacto das vendas de imóveis
No total, foram comercializadas 7.141 unidades na região durante os primeiros seis meses do ano, com 3.800 dessas vendas sendo referentes a imóveis do Minha Casa, Minha Vida. Isso equivale a uma média de 20 negócios por dia exclusivamente desse programa. As demais 3.341 vendas correspondem a imóveis de outros padrões e mercados, ressaltando a importância do Minha Casa, Minha Vida no cenário local.
Kelma Camargo, diretora regional do Secovi, explica que as facilidades no financiamento, especialmente os subsídios oferecidos pelo governo, têm sido cruciais para o aumento das vendas. “O programa alavancou o setor” afirma Kelma, destacando o impacto positivo que ele tem gerado para a economia regional.
Valores e tamanhos dos imóveis
A pesquisa também apresentou dados relevantes sobre os valores e tamanhos dos imóveis comercializados. O chamado “tíquete médio” de um imóvel dentro do programa Minha Casa, Minha Vida na região de Campinas foi de R$ 290.059,00, posicionando essa média como a terceira mais alta entre as regiões analisadas. Jundiaí teve um tíquete médio de R$ 346.351,00 e a Baixada Santista, R$ 322.408,00.
Em termos de tamanho, os imóveis do Minha Casa, Minha Vida na região de Campinas e na Baixada Santista medem, em média, 46 metros quadrados, enquanto em Jundiaí, a área privativa média é ligeiramente maior, chegando a 47 m². Esses dados oferecem um panorama interessante sobre as preferências e opções da população em busca de sua casa própria.
Campinas se destaca no cenário imobiliário
Surpreendentemente, a região de Campinas foi a que mais vendeu imóveis novos no primeiro semestre de 2025 entre as áreas analisadas pelo Secovi, superando até mesmo a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Com uma população estimada de 2,3 milhões de pessoas, essa microrregião inclui cidades como Hortolândia, Indaiatuba, Sumaré, Valinhos e Bragança Paulista, que juntos geraram 7.141 vendas, ou cerca de 39 negócios por dia.
Comparativamente, a RMSP, que possui 3,3 milhões de habitantes, registrou 6.380 imóveis novos vendidos no mesmo período. Com esse contexto, fica evidente a força do mercado imobiliário em Campinas, que representa 20% do total de 35.632 unidades comercializadas em 16 microrregiões analisadas pelo Secovi no estado.
Desafios e oportunidades
Apesar do crescimento nas vendas imobiliárias, o cenário apresenta desafios. Embora tenha ocorrido um aumento de 16,3% nas vendas em relação ao primeiro semestre do ano anterior, a região de Campinas observou uma queda nos novos lançamentos. O estudo revela que 4.275 unidades foram lançadas no primeiro semestre de 2025 – uma redução quando comparado às 7.188 unidades lançadas no mesmo período do ano passado.
Kelma Camargo destaca que o aumento das taxas de juros, refletido na alta da Selic, tem dificultado a obtenção de financiamentos e, consequentemente, o lançamento de novos empreendimentos. “A alta da Selic inviabiliza a obtenção de financiamentos, e por consequência, dificulta os novos lançamentos. Contudo, o mercado imobiliário tem demonstrado resiliência e continua a gerar empregos e movimentar a economia de Campinas e região”, conclui.
Com dados que refletem a importância do programa Minha Casa, Minha Vida e as dinâmicas do setor imobiliário, é essencial para os interessados em adquirir sua casa própria compreender o funcionamento e as oportunidades que esses programas oferecem.
Para mais informações sobre o mercado imobiliário e as tendências na região, fique por dentro das notícias no portal g1 Campinas.
