Brasil, 20 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Homem é preso por manter família em condição análoga à escravidão

Um homem foi detido em Arujá por explorar sua própria família em condições precárias de trabalho e moradia.

No último sábado (20), a Polícia Militar de Arujá prendeu um homem acusado de manter sua própria família em condições análogas à escravidão. A denúncia partiu de uma mulher que, junto com seu marido e dois filhos, vivia e trabalhava em uma oficina de costura sob condições extremamente precárias. A situação foi descoberta durante um patrulhamento na região central da cidade, quando a mulher se aproximou dos policiais em busca de ajuda.

Condições de vida precárias

Segundo informações do cabo Antônio Alves Soares Junior, a vítima estava visivelmente nervosa ao se dirigir à equipe policial. Durante a conversa, ela descreveu que sua família, composta por bolivianos como o suspeito, havia chegado ao Brasil há cerca de três meses, atraídos por promessas de emprego. Ao chegarem, no entanto, se depararam com uma realidade muito diferente da prometida.

“Ela informou que estava passando por necessidades e que as condições em que viviam eram muito ruins, tanto em relação ao trabalho como à alimentação”, contou o cabo. Ao chegarem à oficina de costura, os policiais constataram que a família estava em situação alarmante, com escassez de alimentos e condições de trabalho inadequadas.

Exploração e promessas vazias

A mulher revelou que as crianças não estavam recebendo alimentação adequada. De acordo com sua declaração, o primo do marido, que é o responsável pela oficina, estipulou que apenas os adultos, que trabalhavam, teriam acesso à comida, enquanto os filhos sofriam com a falta de alimento. “Ela mencionou que a comida oferecida a eles não era de boa qualidade”, acrescentou o policial.

O responsável pela oficina, primo da mulher, tinha ajudado financeiramente a família a vir para o Brasil, justificando assim a falta de pagamento dos salários. “Ele alega que, devido à dívida que a família possui com ele pela vinda, não está pagando os salários”, informou o cabo Soares.

A rotina de trabalho exaustiva

A mulher compartilhou que suas jornadas de trabalho variavam de 16 a 18 horas por dia, e mesmo assim, não recebeu nenhum pagamento. A privação de recursos básicos e o trabalho excessivo evidenciam a grave violação dos direitos humanos a que essa família estava submetida.

Após a prisão, o suspeito foi detido na mesma residência onde a família se encontrava. Em depoimento, ele admitiu que a família trabalhava para ele, o que fortaleceu as alegações da vítima. A Polícia Militar conduziu a família até a delegacia de Arujá, onde eles deverão ser encaminhados a um centro de apoio ao imigrante, a fim de receber a assistência necessária.

Reflexões sobre a exploração de imigrantes

Casos como o de Arujá são lembretes alarmantes de como imigrantes podem ser vulneráveis a situações de exploração no país. Muitas vezes, atraídos por promessas de trabalho e melhores condições de vida, acabam caindo em armadilhas que os subjugam a condições desumanas, como improvisação de moradia e privação de direitos básicos.

A Polícia Militar e diversas organizações voltadas ao apoio de imigrantes têm trabalhado para identificar tais situações e fornecer suporte e proteção a indivíduos vulneráveis. É fundamental que denúncias sejam feitas e que a sociedade se mobilize para conscientizar sobre a realidade de muitos que buscam uma vida melhor em um novo país.

As autoridades continuam a investigar o caso e a promover ações de apoio às vítimas de exploração. Se você ou alguém que conhece estiver em uma situação semelhante, é importante procurar ajuda e denunciar.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes