Brasil, 20 de setembro de 2025
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Bernard Arnault critica proposta de taxação de grandes fortunas na França

Bernard Arnault, bilionário à frente da LVMH, acusa economista Gabriel Zucman de ameaçar a economia francesa com ideias de aumento de impostos

Bernard Arnault, empresário e presidente da Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), afirmou que as propostas de um imposto sobre grandes fortunas na França representam uma ameaça à economia do país. A declaração ocorre em meio a debates políticos e econômicos relacionados à crise fiscal no Parlamento francês.

Controvérsia sobre a taxação de patrimônios elevados

Arnault rebateu afirmações do economista Gabriel Zucman, que defende uma tributação de 2% sobre patrimônios acima de €100 milhões (US$ 117 milhões). Segundo o bilionário, Zucman é “antes de tudo um ativista de extrema esquerda”, que utiliza sua postura acadêmica para promover ideologias que, na visão dele, prejudicarão o funcionamento da economia liberal na França.

“Ele usa sua pseudoexpertise acadêmica — que, por si só, é objeto de amplo debate — para servir à sua ideologia (que visa destruir a economia liberal, a única que funciona para o bem de todos)”, afirmou Arnault ao jornal Sunday Times. Sua fortuna, estimada em US$ 169 bilhões, faz dele a pessoa mais rica da Europa e um importante contribuinte na economia francesa.

Contexto político e fiscal na França

O debate ocorre em um momento de dificuldades no Parlamento francês, onde nenhuma das principais forças políticas detém maioria absoluta. Parlamentares do partido socialista lideram uma iniciativa para implementar um imposto sobre grandes fortunas, que poderia arrecadar até €15 bilhões (cerca de R$ 93 bilhões) por ano, segundo estimativas.

Gabriel Zucman estima que aproximadamente 1,8 mil famílias francesas seriam afetadas por esse imposto, considerado por ele uma medida de justiça social e redistribuição de riqueza.

Resposta às críticas e contexto internacional

Ao responder às críticas de Arnault, Zucman afirmou que sua retórica é “perturbadora” e que, como economista, busca promover políticas que visam maior equidade social, sem se identificar como ativista de qualquer movimento político. Apesar disso, a proposta de taxar patrimônios elevados divide opiniões na França, especialmente entre os mais ricos.

Arnault também destacou sua contribuição fiscal, questionando a carga tributária paga por bilionários franceses, apontando que muitos deles pagam pouco imposto de renda ou recorrem a holdings que tornam essas receitas menos tributadas. “Os bilionários franceses não pagam ou pagam muito pouco imposto de renda”, comentou à France 2.

Perspectivas e impacto econômico

A discussão sobre a taxação de grandes fortunas na França ainda está longe de uma decisão final. Analistas afirmam que uma mudança no sistema fiscal poderia afetar investimentos e o ambiente de negócios no país. Enquanto isso, o governo tenta equilibrar a necessidade de arrecadação com a rejeição de parte da classe empresarial.

A disputa revela não apenas a complexidade do debate fiscal, mas também o impacto das opiniões de figuras de destaque no cenário econômico europeu. O desenrolar dessas discussões poderá influenciar o rumo das reformas fiscais na França e em outros países com desigualdades acentuadas.

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