Na noite da última quarta-feira, 17, um tiroteio na porta do presídio de Paraíso do Tocantins resultou na morte de dois detentos e deixou outros três feridos. O incidente expõe a grave situação de segurança enfrentada pelos internos no regime semiaberto, que são liberados durante o dia para trabalhar, mas precisam retornar à unidade penal à noite. Os relatos de atraso na entrada e o uso inadequado das medidas de segurança geram preocupações entre os detentos e suas famílias.
O ataque
Os detentos, identificados como Wallas Breynner Rocha Ramos, de 35 anos, e Francisco Emílio Lima da Costa, de 43 anos, aguardavam a abertura do portão, que ocorreria por volta das 19h. Porém, minutos antes, às 18h53, foram surpreendidos por disparos efetuados por indivíduos em uma motocicleta. As imagens de câmeras de segurança, já analisadas pela polícia, mostram que os atiradores não tinham um alvo específico, mas miraram diretamente sobre os detentos que aguardavam na porta.
Condições de segurança nas unidades prisionais
O relato de um detento, que preferiu se manter anônimo, ilustra as preocupações em relação à segurança. “Falta segurança, não tem efetivo para escoltar ou esperar a gente”, declarou, enfatizando que os agentes têm a responsabilidade de cuidar dos internos, mas não conseguem assegurar a segurança na entrada e saída do presídio. O detento também mencionou pedidos anteriores por tornozeleiras eletrônicas que poderiam ajudá-los a cumprir a pena de forma mais segura, sem resposta satisfatória da administração.
A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) confirmou que o ataque aconteceu antes da abertura dos portões e que não houve atraso na liberação. A velocidade da revista na entrada dos internos tem sido apontada como um dos fatores para o aumento do tempo de espera, com o processo feito individualmente, o que gera longas filas e, consequentemente, expõe os detentos a riscos.
Sequela do ataque e respostas da segurança
Os três detentos feridos foram encaminhados ao hospital e estão fora de risco, segundo a Seciju. As forças de segurança, incluindo a Polícia Militar e grupos especializados, foram mobilizadas para investigar o caso e localizar os responsáveis pelo ataque. A dificuldade de identificar os atiradores, que estavam de capacete, complica as investigações, mas a polícia está empenhada em reunir provas e depoimentos. A intenção é garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.
Declarações da Secretaria de Cidadania e Justiça
Em nota, a Seciju ressaltou que as unidades prisionais estão passando por melhorias estruturais, com foco na segurança e na salubridade dos ambientes. Asseguraram que os procedimentos para entrada e saída são seguidos rigorosamente e que o ataque foi um evento isolado e inesperado.
Além de buscar alternativas para reforçar a segurança, existem esforços contínuos para melhorar as condições adequadas aos internos, como a aquisição de novos equipamentos e manutenção das instalações. Contudo, os problemas com a segurança e a estrutura ainda permanecem fonte de preocupação para os próprios detentos e suas famílias.
A perspectiva dos detentos
Apesar das promessas de melhorias, muitos detentos continuam expressando insegurança quanto ao seu retorno à unidade. Relatos de experiências adversas durante a espera para entrada, sob a ameaça de violência, geram temores sobre o que poderia acontecer em futuras ocasiões. O clima de insegurança atinge não apenas os que estão diretamente envolvidos, mas também a comunidade em torno do presídio.
Conclusão
O trágico ocorrido no presídio de Paraíso do Tocantins revela um problema complexo que não envolve apenas o ato de violência, mas também questões relacionadas à segurança, à estrutura do sistema penal e à necessidade de soluções efetivas para garantir a proteção dos indivíduos que estão cumprindo suas penas. A sociedade civil e as autoridades precisam trabalhar em conjunto para enfrentar esses desafios e melhorar as condições para todos os envolvidos.
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