Brasil, 19 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

STF suspende julgamento sobre escutas da Operação Sevandija

O Supremo Tribunal Federal decidiu suspender o julgamento das escutas telefônicas da Operação Sevandija, revelando um esquema de corrupção em Ribeirão Preto.

No dia 19 de setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão importante ao suspender o julgamento sobre a validade das escutas telefônicas que foram utilizadas como provas nos processos relacionados à Operação Sevandija, considerada a maior investigação de corrupção da história de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O caso envolve políticos, advogados e empresários, e o desenrolar dessa investigação ainda gera desdobramentos relevantes no âmbito jurídico brasileiro.

Suspensão do julgamento e pedidos de vista

A suspensão da votação ocorreu durante uma sessão virtual do STF, onde o ministro Gilmar Mendes, que é um dos integrantes da 2ª Turma, pediu vistas do processo. Este pedido significa que Mendes deseja mais tempo para analisar um recurso extraordinário que tramita na Corte desde 2023. Com isso, a conclusão da votação fica indefinida, podendo ocorrer somente após um novo parecer de Mendes ou em até 90 dias.

No plenário, o relator do caso, ministro Nunes Marques, já havia exposto seu voto favorável à validade das escutas, reiterando uma decisão que já havia tomado em uma liminar anterior. Além de Mendes e Marques, outros ministros, como Dias Toffoli, Edson Fachin e André Mendonça, também estão incumbidos de analisar o assunto.

A Operação Sevandija e o seu impacto

Deflagrada em 2016, a Operação Sevandija se baseou em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça e resultou em 12 ações penais. A investigação revelou um esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto, então sob o comando da prefeita Dárcy Vera, do PSD. O rombo nos cofres públicos foi estimado em R$ 220 milhões, descoberto por meio de conversas entre os investigados, que confirmavam outras evidências apresentadas nas investigações, como movimentações bancárias e anotações. Essas provas incluem até uma nota de R$ 2 que mencionava políticos supostamente envolvidos no esquema.

As práticas corruptas que foram reveladas incluem troca de apoio político na Câmara Municipal por empregos em empresas terceirizadas, fraudes nos pagamentos de honorários advocatícios e desvios em contratos e compras públicas. Ao todo, 21 pessoas foram condenadas em primeira instância, mas os processos foram prejudicados quando Marco Antônio dos Santos, ex-secretário de Administração da cidade, questionou a legitimidade das escutas.

Contestações e decisões judiciais

A contestação quanto à validade das escutas levou a defesa de Marco Antônio dos Santos a argumentar que não houve uma fundamentação sólida nas decisões judiciais que autorizaram as intervenções. Em 2022, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou essa contestação e anulou as provas, mas voltou atrás em fevereiro de 2023 após recurso do Ministério Público, alegando riscos irreparáveis na discussão sobre a nulidade das escutas.

No desenrolar do processo, o ministro Nunes Marques, do STF, passou a considerar novamente as escutas válidas. Ele argumentou que os fundamentos utilizados pela Justiça de Ribeirão Preto, que deferiram a quebra de sigilo das comunicações dos investigados, estavam embasados nos indícios de crimes apresentados pelas autoridades competentes. Este argumento foi crucial, pois reafirmou a legitimidade das provas que sustentaram as condenações.

O futuro das condenações e do processo

Com a suspensão do julgamento e a possibilidade de novos recursos, o futuro das condenações decorrentes da Operação Sevandija permanece incerto. Tantos os réus quanto os envolvidos no esquema garantem a inocência e negam qualquer participação em ilícitos. Enquanto isso, vários dos vereadores investigados tentaram se eleger nas últimas eleições municipais, mas não lograram êxito nas urnas, o que evidencia a repercussão negativa do escândalo na política local.

A situação tem atraído a atenção não só de especialistas em direito, mas também da opinião pública, que aguarda desfechos claros e justos sobre as penalidades aos envolvidos em um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil. O STF e suas deliberações continuarão sendo cruciais para o avanço desse caso e a busca por justiça.

Por enquanto, a sociedade e o sistema jurídico observam atentamente os próximos passos do processo, na esperança de que as decisões sejam tomadas de acordo com as leis e os princípios que regem a justiça brasileira.

Para mais atualizações, siga nossas notícias sobre Ribeirão Preto e região.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes