O cenário político brasileiro ganha mais um capítulo polêmico com a condenação do senador Romário (PL-RJ) pela Justiça do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, 19 de setembro de 2025, o ex-jogador de futebol foi sentenciado ao pagamento de R$ 2 milhões devido à prática de fraude à execução de uma dívida. A condenação se relaciona a um caso em que Romário simulou uma dívida milionária para obter valores indevidos. Embora a decisão tenha sido proferida, o senador ainda possui a possibilidade de recorrer.
Controvérsias envolvendo a dívida
A origem da dívida não paga por Romário remonta a um processo judicial movido pela empresa Koncretize, que prestava serviços ao Café Onze, um restaurante de propriedade do ex-atleta na Barra da Tijuca. A cobrança da empresa girava em torno de R$ 20 milhões, valor correspondente ao montante devido pela administração do restaurante, que fechou suas portas. Entre as vitórias judiciais da Koncretize, destaca-se uma indenização de R$ 2,8 milhões, a qual foi acompanhada de multas diárias fixadas em R$ 5 mil.
Em um movimento controverso, Romário recorreu da decisão, conseguindo reduzir em R$ 500 o valor das multas, o que lhe conferiu o direito a um crédito que deveria ser abatido do total da dívida. Entretanto, em vez de aceitar a redução, o ex-jogador buscou reaver o montante devido. Segundo o advogado da Koncretize, Andre Perecmanis, Romário forjou um contrato de honorários com um advogado, na tentativa de transferir a responsabilidade do pagamento da dívida para este profissional.
Consequências legais da fraude
A fraude à execução, conforme descrita no artigo 179° do Código Penal, é um crime passível de prisão, podendo levar à imposição de penas de até dois anos. Na sentença, a juíza Simone Frota reconheceu a gravidade da conduta de Romário e aplicou uma punição inicial de seis meses de detenção. No entanto, a decisão judicial transformou a pena de prisão em uma multa de R$ 2 milhões, que deverá ser paga pelo senador, refletindo a gravidade da fraude cometida.
A decisão da justiça traz à tona um debate sobre a ética e a responsabilidade de figuras públicas, especialmente de um político que representa uma grande comunidade. A imagem de Romário, que foi ícone do futebol brasileiro, agora é manchada por este escândalo, levantando questões sobre a conduta esperada de líderes políticos na gestão de suas obrigações financeiras.
Impactos na carreira política de Romário
Atualmente, procura-se entender quais os desdobramentos que essa condenação poderá trazer para a carreira política de Romário. Ele é um senador atuante, e essa condenação pode influenciar a percepção pública sobre sua capacidade de representar seus eleitores. A situação também levanta a questão da transparência e da prestação de contas de pessoas em cargos de autoridade, fundamental para a credibilidade nas instituições democráticas do país.
Com a quebra da imagem pública de Romário, surgem indagações sobre a continuidade de sua trajetória no Senado e como esse evento afetará sua popularidade junto ao eleitorado. A expectativa é que, ao longo das próximas semanas, o senador se posicione sobre o caso, buscando dissociar sua figura pública das acusações que agora pesam sobre ele.
Próximos passos e possíveis reações
Ainda sem uma manifestação oficial por parte do senador, esperam-se reações tanto de Romário quanto de seus apoiadores a respeito da condenação e suas implicações. O senador poderá optar por apelar da decisão e buscar reverter a sentença em instâncias superiores, além de enfrentar um intenso debate público a respeito de sua conduta e dos valores que considera aceitáveis no cenário político.
Assim, a sociedade brasileira aguarda um desfecho para essa situação, que não apenas impacta a vida política de Romário, mas também provoca reflexões sobre os limites da ética entre aqueles que ocupam cargos de relevante significado e responsabilidade.