Brasil, 19 de setembro de 2025
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Robôs pintam obras de arte de artistas canadenses usando IA

Empresa desenvolve máquinas que reproduzem pinturas, permitindo maior circulação e venda de obras por meio de inteligência artificial

Uma inovação no universo da arte e da tecnologia tem chamado atenção. Robôs capazes de pintar obras de artistas como Audrey-Eve Goulet, em Montreal, demonstram o avanço da inteligência artificial (IA) na criação artística. Segundo a artista, a precisão do funcionamento autônomo desses robôs impressiona, especialmente na manipulação do pincel, lavagem e troca de cores.

Reprodução de obras e o conceito de aurógrafos

O projeto, conduzido pela Acrylic Robotics, tem como objetivo desenvolver máquinas capazes de reproduzir obras de arte, ampliando a exposição das criações sem que os artistas precisem pintá-las manualmente. “A ideia é capturar a aura de uma obra graças à cronologia das pinceladas em três dimensões, de modo que uma impressão fotográfica nunca poderá se igualar”, explica Goulet.

Para isso, artistas colaboram ao recriar seu quadro em um tablet, onde a IA registra detalhes como tons, pressão e velocidade das pinceladas. Esses dados são utilizados pelo robô para fazer uma cópia fiel, denominando as reproduções de aurógrafos.

Consentimento, mérito e futuro da IA na arte

Chloë Ryan, fundadora da Acrylic Robotics, revela que uma das inspirações foi ajudar artistas a expor e vender suas obras de forma mais acessível. Ela lembra que, na adolescência, ganhava cerca de R$ 10 por hora pintando sob encomenda para familiares. Após estudar engenharia, fundou a empresa em 2021, levando três anos para aperfeiçoar as obras reproduzidas por robôs para que fossem exibidas e comercializadas.

A companhia também busca desenvolver uma plataforma de IA que permita a qualquer artista carregar seu estilo, possibilitando a encomenda de obras personalizadas, como retratos de animais, no estilo de seu pintor favorito. Esses trabalhos seriam produzidos por robôs que, além de copiar, recebem o mérito pela obra e uma remuneração financeira, garantindo o reconhecimento e apoio aos artistas.

Ryan ressalta que, inicialmente, a reação do público é de surpresa ou até rejeição ao ver um robô pintando. Contudo, ao oferecer aos artistas a possibilidade de monetizar suas obras e estilos, o interesse cresce. “Quando proponho a inclusão de obras de artistas na nossa plataforma, muitos ficam satisfeitos com a oportunidade de obter uma renda mensal”, afirma ela.

Desafios e perspectivas do projeto

Hoje, os aurógrafos — que custam entre US$ 200 e US$ 1.000 — representam uma nova fonte de renda para artistas, que podem embolsar de 5% a 50% da venda, de acordo com seu envolvimento. Segundo Ryan, há uma lista de espera de 500 artistas interessados em participar do projeto.

Enquanto isso, artistas como Goulet usam a IA para divulgar sua arte em formatos acessíveis, ampliando sua visibilidade. “Faço arte pública e colaborações para alcançar mais pessoas e cobrar preços mais acessíveis”, explica Goulet.

Impactos e futuro da IA na arte

A utilização de robôs na criação artística traz uma nova dimensão ao mercado, possibilitando que obras de artistas se tornem mais acessíveis e circuláveis em grande escala. A equipe da Acrylic Robotics projeta que, em até um ano, terá uma plataforma self-service, onde qualquer artista pode carregar seu estilo e gerar reproduções sob demanda, remunerando-o por suas contribuições.

Essa inovação levanta questões sobre o mérito, o consentimento e a propriedade das obras artísticas criadas por IA, mas também abre novas possibilidades de exposição, venda e democratização da arte. A integração da tecnologia ao universo artístico promete transformar a forma como artistas e público interagem com as obras.

Para saber mais detalhes sobre a iniciativa, acesse a matéria completa na Globo.

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