Na próxima terça-feira (23), o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), juntamente com outros integrantes da legenda de Jair Bolsonaro, se reunirá com o relator do projeto de anistia, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Este encontro revoluciona as discussões sobre a proposta que visa a anistia, almejando fortalecer a posição da bancada em face das críticas crescentes sobre a condução da matéria.
Expectativas para o encontro
O foco central dessa reunião será a tentativa de demover Paulinho da Força de sua proposta de transformar o projeto de lei da anistia em um texto que priorize a redução das penas de Jair Bolsonaro e outros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques à democracia. Paulinho já sugeriu a rebatização da proposta para “PL da Dosimetria”, o que levantou discussões acaloradas nas esferas políticas.
A busca por apoio
Durante conversas internas, lideranças do PL têm minimizado as declarações de Paulinho, avaliando que o deputado busca protagonismo e fortalecer sua posição política para as eleições de 2026. Os deputados do PL pretendem insistir em dois pontos principais durante a reunião. O primeiro será afirmar a posição contrária da bancada a qualquer proposta que vise a redução de penas para crimes. Argumentam que um projeto com essa linha não poderia contar com os votos da legenda, que se opõe a essa vertente, por se tratar de uma contrariedade às bandeiras do partido.
Argumentos contra a revisão de penas
O segundo ponto que os deputados levantarão é questionar a proposta de Paulinho da Força de revisar a dosimetria da pena. Eles argumentarão que a revisão das penas é uma prerrogativa do STF e que o papel do Congresso é, unicamente, o de discutir a anistia. Esse entendimento reforça a intenção do PL em se distanciar de propostas que possam associar a legenda a reduções de penas e anistias contenciosas.
A pressão sobre o relator
Um dos principais objetivos da reunião é, uma vez mais, insistir na anistia voltada para o perdão dos crimes cometidos por Jair Bolsonaro. À medida em que o debate sobre o projeto avança, especialmente após a aprovação da urgência sem um texto definido, a bancada do PL tem se tornado alvo de críticas, inclusive de aliados bolsonaristas. As lideranças têm buscado se defender contra a imagem de que a proposta esteja caminhando para uma forma de “anistia light”.
Críticas e desafios internos
As lideranças têm enfrentado críticas duras sobre a condução da proposta, que, segundo alguns, estaria se desviando do enfoque original em torno do perdão das punições diretamente relacionadas a Bolsonaro. As reclamações indicam que a proposta pode estar se moldando em torno de punições e revisões que não favorecem o ex-presidente, algo rejeitado por seus aliados. Essa tensão interna dentro do PL e entre os bolsonaristas traz um clima de incertezas sobre os desdobramentos finais da discussão sobre a anistia.
Portanto, a reunião da próxima terça-feira promete ser um ponto crucial na luta do PL para solidificar sua posição em relação ao projeto de anistia, evitando assim qualquer associação à diminuição de penas que possa fragilizar sua imagem e suas bandeiras diante da opinião pública e dos seus eleitores. O desfecho dessa conversa será acompanhado de perto, com implicações significativas para os próximos passos políticos do partido e os rumos do ex-presidente.