Na recente homilia, o Bispo de Mião, Dom Vital Corbellini, fez um convite especial aos fiéis: semear Jesus em seus próprios jardins, utilizando a parábola do grão de mostarda. Ele enfatizou que, ao fazer isso, a graça da obra de Cristo floresce, trazendo virtudes ao convívio das pessoas. Com a ressurreição de Cristo, que se transforma de um simples grão a uma árvore grandiosa, somos chamados a reconhecer a presença divina em nossas vidas e nas de nosso ao redor.
O ensinamento da parábola do grão de mostarda
Com os ensinamentos de Jesus, que frequentemente apelava para parábolas a fim de facilitar a compreensão dos seus discípulos, Dom Vital trouxe à tona o exemplo do grão de mostarda, a menor de todas as sementes. Quando semeada, ela se transforma em uma grande árvore, onde as aves fazem seus ninhos (Lc 13,18-19). Essa transição da pequena semente para a grande árvore reflete o poder transformador do Reino de Deus, que se manifesta em nossa realidade e se estende ao céu.
Para Santo Ambrósio, ao comentar essa passagem, é crucial observar a essência da comparação entre a semente e a caridade, uma vez que, para o Bispo de Milão, a fé deve estar acompanhada de amor. Sua reflexão nos exorta a termos a fé como um grão de mostarda, que, embora pequeno, pode mover montanhas, desde que emanações de amor estejam presentes em nossas ações cotidianas (Mt 17,19; 21,21).
O Reino dos céus e a fé em Jesus
A fé em Jesus é, simultaneamente, a chave para o Reino dos céus. Santo Ambrósio ensina que, assim como Pedro recebeu a graça da fé ao ser incumbido das chaves do Reino (Mt 16,19), cada cristão é chamado a compartilhar esse tesouro com os outros. A religião não é apenas um dom pessoal, mas uma responsabilidade coletiva para expandir o Reino de Deus.
A força da comparação na parábola
Santo Ambrósio também elucidou que, apesar do grão de mostarda ser considerado vil e insignificante, sua força se revela quando suas potencialidades são colocadas em prática. Ele comparou essa transformação à fé que, quando atuante através do amor, pode influenciar e inspirar outros a experimentarem o mesmo poder transformador. A essência e a fragância da fé geram mudanças não só em nossa vida, mas também no ambiente ao nosso redor, fazendo com que o odor da caridade permeie a sociedade.
Referências aos mártires e sua fé
Em suas reflexões, o Bispo de Milão destacou o exemplo dos mártires Félix, Nabor e Vitor, que, embora perseguidos por professarem sua fé, cultivaram essa semente de fé em meio à adversidade. No contexto da grande perseguição religiosa do final do século III e início do IV, esses soldados romanos, que renunciaram ao paganismo em favor do cristianismo, se tornaram um testemunho vivo do grão de mostarda que, em silêncio, frutificou até o martírio, espalhando a palavra de Deus pelo mundo (Sl 18,5).
A mensagem de ressurreição e a presença de Cristo
Para Santo Ambrósio, Cristo é o grão de mostarda que, após passar pela morte, se eleva à ressurreição, tornando-se a grande árvore que abriga muitos. Essa metáfora evoca não somente a procura por crescimento espiritual, mas também a importância de lembrar que através de Cristo findamos na esperança de um reino que se expande pelo amor e que abriga todos os povos.
A necessidade de semear Jesus
Por fim, o Bispo Dom Vital Corbellini reiterou a importância de semear Jesus em nossos próprios corações e em nossas comunidades. Cada ação caridosa e cada gesto de amor são sementes que, cultivadas com vosso carinho, reverberam no mundo, criando um ambiente acolhedor e virtuoso. “Cobrindo o mundo com a sua sombra”, testemunhamos o Reino de Deus ao nos dedicarmos às obras de caridade, fazendo florescer a graça que nos foi dada.
Em suma, a mensagem central vai além de um chamado à fé; é uma convocação à ação, ao compromisso de vivermos a caridade e o amor a partir de um simples ato de semear. O convite do Bispo ressoa como um lembrete de que, assim como o grão de mostarda, nossas pequenas virtudes são essenciais para a construção de um mundo melhor.