Brasil, 19 de setembro de 2025
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O futuro instável dos Acordos de Abraão

Cinco anos após sua assinatura, os Acordos de Abraão enfrentam desafios crescentes após tensões na região e o conflito em Gaza

Os Acordos de Abraão, que marcaram a normalização das relações entre Israel e alguns países árabes, estão passando por uma crise profunda devido aos recentes conflitos na Gaza e às ações militares israelenses. Firmados em setembro de 2020, esses acordos representaram uma virada histórica na política do Oriente Médio, mas hoje enfrentam incertezas crescentes sobre sua continuidade.

De celebração a tensões no Oriente Médio

Após a assinatura, a relação entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrain parecia florescer, com intercâmbios culturais, comerciais e religiosos. Emiratis e israelenses participaram de eventos culturais, com a presença de delegações jovens, restaurantes kosher, e inauguração de instalações significativas, como a Abrahamic Family House em Abu Dhabi.

Contudo, os conflitos recentes em Gaza trouxeram à tona a fragilidade da paz regional. Em setembro de 2023, Israel atacou uma residência em Doha, Qatar, que hospedava negociações de Hamas, marcando uma escalada inédita na relação entre os signatários dos Acordos de Abraão e o conflito palestino-israelense.

Rompimento de relações e desafios diplomáticos

O ataque em Doha ocorreu após uma ofensiva brutal do Hamas contra Israel e abriu uma crise diplomática na região. O governo dos Emirados Árabes Unidos e o Qatar mostraram surpresa e preocupação com a ação israelense, que violou uma zona até então considerada de relativa estabilidade.

Segundo analistas, a situação revela a vulnerabilidade dos Acordos de Abraão, que dependem do equilíbrio delicado entre interesses militares, políticos e religiosos. “A escalada de violência põe em risco toda a estrutura de normalização construída nos últimos anos,” avalia Luiz Pereira, especialista em Oriente Médio da Universidade de Brasília.

Implicações para a geopolítica regional

Com o aumento das tensões, a influência dos Estados Unidos como garantidor de segurança também é colocada à prova. A base militar americana no Qatar e as tentativas de mediar uma solução para o conflito palestino-sionista evidenciam a complexa rede de interesses que sustenta o pacto regional.

Observadores alertam que a atual conjuntura pode levar à perda de credibilidade dos Acordos de Abraão, com países árabes repensando sua participação diante da escalada de violência e do aumento do isolamento político de Israel na região.

Perspectivas futuras do pacto histórico

Especialistas cogitam se os Acordos de Abraão conseguirão resistir às duras provas atuais ou se precisarão de uma revitalização com novas negociações e garantias diplomáticas. A continuidade do diálogo dependerá, em grande parte, do desenvolvimento do conflito em Gaza e das ações de atores externos, como os Estados Unidos e a Liga Árabe.

Enquanto isso, a esperança de uma paz duradoura permanece incerta, e as apostas de um Oriente Médio mais estável, com relações abertas entre Israel e seus vizinhos árabes, permanecem sob forte questionamento.

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