O ministro do Turismo, Celso Sabino (União), decidiu nesta sexta-feira (19) deixar o governo. A notícia foi dada durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa decisão ocorre em meio a um movimento mais amplo do União Brasil, que exigiu a entrega de cargos de seus filiados em até 24 horas. O ultimato foi antecipado na quinta-feira, pressionando a saída de membros da sigla do governo federal.
A reunião no Palácio da Alvorada
No Palácio da Alvorada, o ministro e o presidente Lula se encontraram para discutir a situação. Em uma conversa que durou cerca de 1h30, Sabino explicou as razões de sua decisão e destacou que tinha compromissos importantes a cumprir. Ele também informou que, após o retorno de Lula de Nova York na próxima quinta-feira, apresentará sua carta de demissão formal. O presidente embarca neste domingo para participar da Assembleia Geral da ONU, o que condiciona a situação à sua agenda internacional.
Movimento de desembarque do União Brasil
A decisão de Celso Sabino para deixar o governo se tornou ainda mais evidente quando o União Brasil formalizou seu movimento de desembarque, estipulando um prazo de 24 horas para a entrega de todos os cargos por parte de seus filiados. Inicialmente, o partido havia anunciado que essa entrega ocorreria até o final do mês, no entanto, a pressão interna levou a uma redefinição dos prazos. Uma normativa publicada pelo União Brasil nesta quinta-feira impõe sanções aos membros que não apresentarem pedidos de exoneração, prevendo a abertura de processos disciplinares.
Preparativos para a COP 30
Celso Sabino, que vinha sendo um dos principais auxiliares de Lula na organização da COP 30 em Belém, que ocorrerá em novembro, havia expressado interesse em permanecer no governo. Em setembro, o ministro comunicou a Lula sua intenção de continuar no cargo e explorou alternativas dentro do partido para isso. Uma das opções consideradas na época foi a possibilidade de Sabino se licenciar do União Brasil para não ser afetado pela pressão da sigla.
Ambições eleitorais e apoio de Lula
O desejo de Sabino de permanecer no governo está intimamente ligado a suas pretensões eleitorais para 2026. Como deputado federal pelo Pará, ele planeja concorrer a uma vaga no Senado pelo estado, alinhando-se com o governador Helder Barbalho (MDB). Informações de interlocutores indicam que Lula estaria disposto a apoiar Sabino em sua candidatura, dada a popularidade do presidente no Pará, onde venceu as eleições de 2022 com 54% dos votos.
Apesar do41 anúncio de desembarque, o União Brasil ainda mantém três ministérios no governo. A saída de Celso Sabino não afetará os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações), que são apadrinhados políticos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A situação coloca um novo elemento no cenário político brasileiro, com a movimentação do União Brasil sinalizando uma possível reconfiguração no governo Lula, que já enfrenta diversos desafios. Aguardar as próximas notícias sobre o desenrolar dessa situação será crucial, tanto para o partido quanto para a gestão do presidente.