Brasil, 19 de setembro de 2025
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Ministro critica restrições de vistos dos EUA a autoridades brasileiras

Ministro Mauro Vieira condena limitações de vistos impostas pelos EUA a autoridades do Brasil, incluindo o titular da Saúde, Alexandre Padilha.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez duras críticas, na última sexta-feira, às restrições de vistos impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras. Entre os afetados está o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que renunciou à viagem a Nova York devido a limitações significativas em sua circulação. A situação revela um crescente desgaste nas relações entre Brasil e EUA, com implicações para a diplomacia e a política interna.

Restrições de vistos e suas implicações

Alexandre Padilha, ao receber o visto dos EUA, se deparou com as draconianas condições que limitariam sua movimentação a apenas cinco quarteirões do hotel em Nova York. Essa restrição impediria sua presença em Washington, onde ele tinha compromisso marcado para participar da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Diante das dificuldades, o ministro decidiu abrir mão da viagem, um gesto que demonstra a frustração das autoridades brasileiras com as imposições americanas.

Críticas e pedidos internacionais

O ministro Vieira não poupou palavras ao classificar essas restrições como “injustas” e “absurdas”. Sua declaração surgiu logo após um encontro com Kaja Kallas, representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros. Vieira aproveitou a ocasião para pedir apoio de figuras importantes da ONU, incluindo o secretário-geral António Guterres e a presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock, esperando que a situação seja resolvida em breve.

“Nós estamos relatando, e pedindo a interferência do secretário-geral [da ONU] junto ao país-sede [EUA], que é o procedimento. Tratamos do tema nos canais disponíveis e estamos agora esperando a ação do secretário-geral da ONU e da presidente da Assembleia Geral”, afirmou o ministro.

Desgaste nas relações Brasil-EUA

A demora na concessão de vistos aos membros da delegação que acompanharão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua visita a Nova York é mais um episódio que acentua o desgaste nas relações entre os dois países. Com os EUA prometendo novas sanções contra autoridades brasileiras na próxima semana, a tensão só tende a aumentar. Nos últimos tempos, essas restrições têm se tornado uma ferramenta comum utilizada pelo governo americano para pressionar o Brasil em questões diplomáticas.

As sanções em questão são uma resposta ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A dinâmica das relações entre Brasil e EUA se tornou ainda mais complexa, especialmente após declarações do ex-presidente Donald Trump, que chegou a condicionar acordos comerciais ao arquivamento de processos contra Bolsonaro.

Casos específicos de restrições de vistos

Entre as sanções já implementadas, o cancelamento de vistos é uma das mais recorrentes. Um exemplo dramático disso é o fato de que a esposa e a filha de Padilha não podem mais entrar nos Estados Unidos. O ministro, por sua vez, não se viu afetado no momento, já que seu visto havia perdido a validade no ano anterior.

Outros dois servidores federais também sofreram sanções devido à sua participação no programa Mais Médicos, considerado pela Casa Branca como um meio de exploração de profissionais cubanos no Brasil. A utilização de restrições de vistos como ferramenta de pressão é uma tática que preocupa muitos analistas políticos e tem consequências diretas nas relações bilaterais.

Recentes desenvolvimentos na área de imigração

Na última terça-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, recebeu autorização para sua entrada nos EUA, após um período em que seu ingresso havia sido suspenso. Essa mudança indica alguma flexibilidade nas políticas de imigração americanas, embora o contexto geral permaneça tenso e complexo.

As restrições enfrentadas pelos membros do governo brasileiro são um sinal claro das dificuldades diplomáticas que estão sendo experimentadas atualmente. À medida que as tensões aumentam, tanto os cidadãos quanto as autoridades esperam por um diálogo mais construtivo entre Brasil e Estados Unidos, que possa levar a uma resolução satisfatória para ambas as partes.

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