O “Espaço Cultura da Vida”, liderado por Marlon e Ana Carolina Derosa, professores de pós-graduação em Bioética, destaca a importância da Instrução Dignitas Personae a 17 anos de sua publicação. O objetivo do documento é atualizar as diretrizes sobre bioética, considerando os avanços científicos e as novas questões éticas que surgem. Diante desse cenário, os especialistas abordaram com profundidade os principais pontos e implicações do documento no último encontro do espaço.
O significado da Dignitas Personae
A Instrução Dignitas Personae foi publicada em 8 de setembro de 2008 pela Congregação para a Doutrina da Fé e busca responder a desafios contemporâneos na área de bioética. Com o lema “Dignitas personae”, o documento reafirma a dignidade da vida humana em todas suas fases, desde a concepção até a morte natural.
Os Derosa explicam que o documento marca uma evolução em relação à Instrução Donum Vitae, lançada 20 anos antes. Este novo material visa guiar a pesquisa biomédica de maneira ética, salientando a importância de respeitar a dignidade de cada ser humano e destacar o valor da procriação humana.
Três partes da instrução e seus desafios
A Instrução Dignitas Personae está dividida em três partes principais: aspectos antropológicos, teológicos e éticos; novos desafios na procriação; e propostas terapêuticas que envolvem a manipulação genética e embriões.
Aspectos antropológicos, teológicos e éticos
A primeira parte enfatiza que o ser humano deve ser respeitado desde a concepção, com direito inviolável à vida. Reforça que a origem da vida pertence ao matrimônio e à família, sendo frutos do amor entre o homem e a mulher. O documento ainda destaca que a Igreja não pretende substituir a ciência, mas sim lembrá-la da responsabilidade ética de respeitar cada vida humana.
Novos problemas em matéria de procriação
A segunda parte aborda técnicas de procriação, defendendo que apenas as que respeitam a integridade de cada ser humano, preservando a unidade matrimonial, são aceitáveis. Técnicas que envolvem a destruição ou instrumentalização de vidas inocentes, como a fertilização in vitro e a eliminação de embriões, são categoricamente rejeitadas.
Propostas terapêuticas e manipulação genética
A terceira parte faz uma análise crítica de propostas que envolvem manipulação genética e clonagem humana, afirmando que a ciência é moralmente aceita apenas quando respeita a dignidade da vida humana em todas as suas fases. Pesquisas que envolvem a destruição ou manipulação de embriões são consideradas ilícitas, segundo o conteúdo do documento.
A importância de conhecer os documentos da Igreja
Os Derosa reforçam que é crucial para todos conhecer e compreender os documentos da Igreja. Eles são fontes ricas de esclarecimento e orientação sobre questões bioéticas, especialmente em tempos em que as ciências biomédicas avançam rapidamente.
Ao refletirmos sobre os 17 anos da Instrução Dignitas Personae, é possível perceber como o documento continua relevante, proporcionando uma visão ética que valoriza a vida humana em um mundo de inovações e desafios constantes.
Concluindo, o convite fica para que todos se aprofundem nos textos que orientam e educam sobre a dignidade da vida humana, reafirmando o papel da Igreja no enfrentamento dessas questões contemporâneas. Um grande abraço a todos, e até a próxima!