A temporada de 2025 da Fórmula 1 chega, neste final de semana, à 17ª das 24 corridas programadas. E a questão principal é: com apenas oito etapas restantes, o que aconteceu nas anteriores pode se repetir daqui para frente ou podemos esperar algumas surpresas?
O que ocorreu no GP da Itália, último antes da corrida no Azerbaijão, levantou essa dúvida. Afinal, Max Verstappen, da Red Bull, equipe que é 4ª colocada no Mundial de Construtores, venceu com propriedade as dominantes McLarens de Lando Norris e Oscar Piastri. No entanto, o fato de o circuito de Monza não favorecer a equipe de Woking e o talento diferenciado do holandês devem ser considerados nessa equação.
Levando em conta tudo isso, ainda é cedo para afirmar que a última parte da temporada será diferente do que vimos até então no Mundial de Construtores. A McLaren lidera o campeonato por 617 pontos; a Ferrari é a segunda colocada, com 280 pontos. Isso significa que a equipe inglesa pode, inclusive, ser campeã neste final de semana no GP do Azerbaijão: basta somar 9 pontos a mais que a Ferrari, vice-líder do campeonato.
GP do azerbaijão: o circuito de rua com cara de autódromo
Circuitos de rua nem sempre são os favoritos dos amantes de Fórmula 1, provavelmente pela falta de emoção causada pela dificuldade de realizar ultrapassagens em ruas tão estreitas para carros tão grandes quanto os atuais. Porém, no circuito de Baku, que sedia o GP do Azerbaijão desde 2016, a história é diferente.
O Grande Prêmio deste final de semana é um dos mais emocionantes de todo o calendário, proporcionando momentos intensos desde o sábado, na classificação, até a corrida, recheada de ultrapassagens. As curvas sinuosas e a reta mais longa da temporada elevam a adrenalina e a empolgação dos fãs.
Dentre as 20 curvas distribuídas nos 6 km de extensão do circuito, uma se destaca: a de número 8, também conhecida como “Curva do Castelo”. Este é um trecho surreal da Fórmula 1, à semelhança da rápida Eau Rouge, na Bélgica, e da estreita Loews, em Mônaco.
O GP do Azerbaijão conta com sua própria atração: uma estreita combinação de curvas à esquerda e à direita, culminando em uma subida íngreme próxima ao histórico castelo, que é inclusive patrimônio tombado pela UNESCO. Um desafio para os pilotos, que por muitas vezes encontram os muros nessa parte do circuito, mas que proporciona satisfação para os telespectadores, que seguram o fôlego enquanto os pilotos passam por este trecho.
Além disso, a reta de 2,2 km de Baku foi palco de momentos memoráveis. Em 2018, Daniel Ricciardo e Max Verstappen, então companheiros de equipe na Red Bull, protagonizaram um acidente marcante ao frearem ao mesmo tempo na curva 1, resultando em um abandono por ambos.
Mais tarde, em 2021, Verstappen foi personagem secundário na história de Baku. Após um furo de pneu, que ocorreu na reta citada, uma relargada foi necessária. Nela, seu rival de título, Lewis Hamilton, tinha tudo para liderar a prova, mas um “botão mágico” responsável por aquecer os pneus dianteiros da sua Mercedes resultou em travamento, fazendo com que Hamilton perdesse várias posições e terminasse fora da zona de pontuação.
Monza e Baku possuem algumas especificações técnicas em comum, como a alta velocidade em linha reta e a necessidade de aderência nas curvas de baixa velocidade. Tal semelhança poderá trazer uma virada de chave na temporada para que as corridas restantes proporcionem as tão esperadas surpresas, variando um pouco da já tradicional dobradinha “papaya” no pódio.
Quem diria que o hino da Holanda poderia se tornar tão bem-vindo na Fórmula 1 depois de tantos anos?
E se você chegou até o final, prazer, sou a Stella. Este é meu primeiro texto para a coluna No Grid da F1, do Portal iG . E por aqui nós seguiremos acompanhando de perto, falando de Fórmula 1 e trazendo todas essas novidades para você, fã de automobilismo.