Brasil, 19 de setembro de 2025
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Crime da 113 Sul: decisão do STJ anula condenação de Adriana Villela

A condenação de Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios pais, foi anulada pelo STJ, que identificou cerceamento de defesa.

O caso que choca a sociedade brasileira volta a ser destaque nas manchetes. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, na última sexta-feira (19), anular a condenação de Adriana Villela, acusada de ser a mandante do brutal assassinato de seus próprios pais e da empregada doméstica da família. A decisão levanta discussões sobre o processo judicial que a acompanhou desde 2009 e as implicações para o futuro da investigação.

A decisão do STJ e suas implicações

O STJ tomou a decisão de anular a condenação no dia 2 de setembro com base em um cerceamento de defesa detectado durante o julgamento. O tribunal identificou que os vídeos dos depoimentos dos executores do crime foram disponibilizados à defesa de Adriana apenas no sétimo dia de julgamento, o que, segundo os magistrados, prejudicou a possibilidade de uma defesa adequada. Essa nova descoberta levou à anulação de provas e depoimentos coletados desde 2010, retornando o caso à primeira instância.

Agora, o Ministério Público do Distrito Federal possui um prazo de cinco dias para apresentar embargos e 15 dias para enviar outros tipos de recurso. A análise cuidadosa dos termos do acórdão está em andamento, e a expectativa é que o órgão busque recorrer da decisão do STJ.

Entenda o caso

Em 2009, um crime brutal abalou a sociedade. No sexto andar do bloco C da 113 Sul, em Brasília, foram assassinados:

  • José Guilherme Villela, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 38 facadas;
  • Maria Carvalho Mendes Villela, advogada, com 12 facadas;
  • Francisca Nascimento da Silva, empregada doméstica da família, com 23 facadas.

Os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição no dia 31 de agosto. O crime, que foi cometido por volta das 19h15 do dia 28 de agosto, gerou uma intensa repercussão nos anos seguintes, especialmente com a acusação contra Adriana Villela como a mandante do crime.

Condenação anterior e perguntas que permanecem

Adriana Villela foi inicialmente condenada a 67 anos e 6 meses de reclusão em 2019, sentença que foi revista e reduzida para 61 anos e 3 meses em 2022. Desde então, a defesa de Adriana alega sua inocência. Com a nova decisão do STJ, Adriana não cumprirá essa pena, mas retorna à condição de ré na investigação.

A anulação do caso também implica que o juiz responsável pela instrução processual tem a liberdade de revalidar algumas das provas anuladas, além de determinar novas diligências. Isso abre espaço para que um novo júri popular possa ser convocado para discutir o caso novamente.

Crime pode prescrever?

Uma questão que se levanta com essa nova dinâmica é se o crime pode prescrever. A legislação brasileira tem prazos específicos para a prescrição de certos crimes, e a complexidade do caso pode influenciar o andamento desse processo. Especialistas apontam que o fato de o caso voltar à primeira instância pode prolongar ainda mais a resolução final do mesmo.

A repercussão na mídia e na sociedade

O caso tem sido amplamente coberto pela mídia, principalmente com o lançamento do documentário “Crime da 113 Sul” no Globoplay, que estreou em fevereiro deste ano e trouxe um olhar intimista sobre os eventos e as repercussões do crime. Essa série documental pretende abordar não apenas os elementos do crime em si, mas também o impacto emocional e social que ele causou, refletindo sobre questões mais amplas da condição humana e das relações familiares.

À medida que o caso avança para a primeira instância, a expectativa é que mais informações e nuances venham à tona, permitindo uma análise mais ampla e completa da tragédia que atingiu a família Villela. As próximas semanas serão cruciais para o futuro de Adriana e para a justiça que a sociedade brasileira busca.

As repercussões desse crime continuarão a ser discutidas na sociedade, bem como os desafios enfrentados pelo sistema judicial brasileiro na busca por justiça e transparência em casos de extrema gravidade.

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