A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (17) uma medida de contorno orçamentário para manter o governo aberto até 21 de novembro, tentando evitar um shutdown. No entanto, a previsão é de que a proposta enfrente obstáculos no Senado, onde a maioria democrata planeja rejeitá-la, complicando ainda mais o cenário político e fiscal do país.
Medida avançada na Câmara dos Deputados
A proposta, que passou por votação de 217 contra 212, mantém o orçamento atual até a data limite e inclui um adicional de US$ 88 milhões para reforçar a segurança em várias instituições do governo. Além disso, permite que Washington, D.C., volte a gastar seus próprios fundos locais, após uma votação em março que bloqueou o uso de US$ 1 bilhão que o distrito já tinha reservado.
Expectativa de bloqueio no Senado
Na próxima fase, o projeto deve ser rejeitado pelo Senado, onde os democratas pretendem votar contra, num esforço de pressionar os republicanos a negociarem sobre questões como saúde e gastos domésticos. Com uma margem estreita de 53 votos republicanos contra 47 democratas, será necessária a aprovação de pelo menos oito senadores democratas para que a proposta avance, o que segundo observadores é improvável.
Divisão interna entre os republicanos
Apesar de o partido majoritário na Câmara ter apresentado a medida como uma extensão limpa do financiamento, a votação revelou tensões internas. Conservadores mais alinhados às críticas ao governo de Joe Biden consideraram a proposta uma cópia de planos anteriores, rejeitados por eles, levando a alguns protestos internos.
No entanto, a influência de Donald Trump e de líderes republicanos, incluindo o presidente da Câmara, Mike Johnson, foi decisiva para manter a unidade do grupo. Em uma publicação na rede social Truth Social, Trump incentivou os republicanos a “ficarem JUNTOS contra as exigências do Esquerda Radical” e votarem “SIM”.
Ao todo, apenas dois membros do partido se posicionaram contra o projeto: os representantes Thomas Massie, do Kentucky, e Victoria Spartz, de Indiana. Entre os democratas, destacou-se Jared Golden, de Maine, que votou a favor, mesmo com o partido e a maioria no Senado apoiando a rejeição à proposta.
Propostas alternativas e impasses nas negociações
Democratas criticaram o projeto aprovado na Câmara por não abordar prioridades essenciais, como saúde e assistência social. Eles apresentaram uma proposta alternativa, que prorrogaria o orçamento até 31 de outubro e incluiria mais de US$ 1 trilhão em novos gastos com saúde, além de restaurar cortes no Medicaid e reforçar medidas de segurança e auxílio internacional.
Enquanto isso, as negociações entre os partidos seguem tensas, refletindo a atual crise política e orçamentária que ameaça paralisar novamente o governo dos EUA neste semestre. A expectativa é de que a disputa no Senado determine os próximos passos e possíveis soluções para evitar uma crise maior.
Para mais detalhes sobre os desdobramentos políticos e as implicações nas políticas públicas, acompanhe as atualizações nos próximos dias.