O atual diretor de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, compartilhou histórias marcantes de sua extensa carreira no esporte, que se estende por quase cinco décadas. Durante uma participação no podcast Basticast, Angioni lamentou uma “injustiça” que ocorreu no Flamengo em 1995, envolvendo o treinador Vanderlei Luxemburgo e sua amizade com o ídolo Romário. Este episódio revela não apenas os desafios enfrentados em sua trajetória, mas também a complexidade das relações no futebol brasileiro.
Uma lamentação em meio a lembranças
Angioni recordou um momento de grande tristeza relacionado ao Flamengo. Ele destacou que, segundo Romário em seu livro, Luxemburgo teria atribuído seu insucesso no clube à proteção que Angioni oferecia ao craque. “Um absurdo dos absurdos, mas aconteceu. Ele nunca quis conversar. Eu propus várias vezes que nos sentássemos à mesa, mas acredito que ele não teve coragem de conversar comigo porque o conteúdo é muito mais forte do que o dele”, desabafou Angioni. Essas palavras revelam a amargura de um episódio que ainda ecoa em sua memória.
Relação entre craques e a conexão com o Vasco
Além desta questão, Angioni também relembrou um momento significativo em sua carreira: a apresentação de Romário ao Edmundo, em sua passagem pelo Vasco. Na época, a relação tumultuada entre os dois craques se tornaria famosa, com Angioni atuando como um elo entre eles. “Eu liguei para o Romário e disse que tinha um cara que surgiu aqui parecido contigo, quase você, e quero te apresentar. Quando ele veio ao Brasil, eu os apresentei e o Romário dá um conselho para o Edmundo: ‘Deus me ajudou, não sei se vai te ajudar. Eu acho que você não deve fazer as coisas que eu faço não.’ Só que o Edmundo fez e Deus o ajudou também”, relembrou Angioni, usando a anedota para enfatizar as diferenças de personalidade entre os dois jogadores.
A relação com Fernando Diniz
Outro ponto abordado por Angioni foi sua relação com o atual treinador do Fluminense, Fernando Diniz. Descrevendo Diniz como um filho, Angioni destacou a profundidade do relacionamento deles, que vai além da simples dinâmica profissional. “Eu trabalhei com Fernando como jogador em três clubes, inclusive no Fluminense. A minha relação com ele é de conversa, vai além do normal. Temos divergências, mas sempre controladas pelo respeito”, disse o diretor, ressaltando a importância do respeito mútuo no esporte.
Desafios e superações
Angioni também falou sobre a adaptação do jogador Arias, que enfrentou dificuldades tanto em sua chegada ao clube quanto na perda de sua avó. Esse momento sensível impactou sua performance e a relação com a equipe. No entanto, com o apoio de Diniz, Arias conseguiu superar essas dificuldades e se tornou um importante membro do time.
Reflexões sobre o fenômeno John Kennedy
Outro assunto que Angioni abordou foi o fenômeno John Kennedy, que expandiu rapidamente sua fama no futebol. “Ele sai do anonimato para a fama muito rápido. O sonho dele acontece muito rápido e ele não está preparado, muitas vezes”, observou, refletindo sobre os desafios que o jovem jogador enfrentou. Angioni ressaltou que, após seu empréstimo à Ferroviária, Kennedy retornou ao Fluminense como um jogador mais maduro, o que demonstra o impacto das experiências na formação de um atleta.
As histórias de Paulo Angioni não apenas iluminam o que se passa nos bastidores do futebol brasileiro, mas também ressaltam a importância das relações humanas em um ambiente tão competitivo. Com um olhar atento às injustiças e aos desafios enfrentados pelos jogadores, Angioni continua a ser uma figura respeitada no cenário esportivo, contribuindo para a evolução do futebol no Brasil.