Brasil, 20 de setembro de 2025
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Advogado e professor é investigado por abuso sexual no RS

Conrado Paulino da Rosa enfrenta denúncias por crimes sexuais contra alunas e colegas de trabalho no Rio Grande do Sul.

Conrado Paulino da Rosa, advogado e professor da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), é alvo de uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, acusado de cometer crimes graves como estupro de vulnerável, violência psicológica e abusos através do uso de substâncias químicas. Até o presente momento, cinco mulheres apresentaram denúncias contra ele, abrangendo uma série de supostos incidentes que ocorreram entre 2013 e 2025.

Denúncias e investigações

As alegações foram formalizadas na 2ª Delegacia da Mulher de Porto Alegre e incluem relatos de alunas, ex-alunas, colegas de trabalho e ex-parceiras de Conrado. A apuração dos casos teve início após uma denúncia anônima que levou outras possíveis vítimas a também se manifestarem. A possibilidade de que mais mulheres tenham sido afetadas não é descartada pelas autoridades.

Padrões comuns nas alegações

De acordo com dados da Polícia Civil, os depoimentos das vítimas revelaram pontos em comum, como a exploração de um ambiente de confiança para cometer abusos, o receio de danos na carreira profissional e episódios de sonolência repentina, seguidos por lapsos de memória atribuídos a substâncias ingeridas sem consentimento. Em um dos relatos, uma mulher mencionou que, após tomar apenas metade de um copo de bebida alcoólica, enfrentou intensa sonolência, confusão mental e desmaios. Ao recuperar a consciência, ela afirmou ter acordado com hematomas, sangramentos e ferimentos na região íntima.

Reação e medidas judiciais

A advogada Gabriela Souza, responsável pela representação das vítimas, declarou ao Metrópoles que todas as medidas judiciais necessárias foram acionadas em diferentes esferas – cível, penal e administrativa – inclusive uma Medida Protetiva de Urgência. “Os impactos emocionais, sociais e profissionais são enormes para as vítimas de tal violência, especialmente passando tanto tempo sem denunciar. Essas situações têm repercussões variadas, e as mulheres estão bastante abaladas”, afirmou a advogada, expressando esperança de que mais vítimas tenham coragem de se manifestar.

Carreira e posição do acusado

Conrado Paulino da Rosa lecionava em cursos de graduação e pós-graduação em Direito na FMP, onde também coordenava a especialização em Direito de Família e Sucessão. Ele possui um histórico de 18 publicações sobre o assunto, destacando-se por sua suposta excelência acadêmica e dedicação humanizada ao ensino. Apesar das graves acusações, ele se manifestou nas redes sociais, afirmando que quem conhece sua trajetória sabe do respeito que nutre pela profissão e pela condução de sua vida pessoal.

O advogado repudiou veementemente qualquer forma de violência contra a mulher e frisou a importância de responsabilidade na divulgação de informações confidenciais. A sua defesa informou que está acompanhando o caso e está disponível para prestar esclarecimentos às autoridades competentes.

Reações institucionais

Ainda nesta sexta-feira (19/9), o Instituto Brasileiro de Direito de Família – Seção RS (IBDFAM-RS) divulgou uma nota expressando consternação diante das graves denúncias e determinou o afastamento de Conrado de suas funções na seccional do Rio Grande do Sul, considerando uma medida urgente em respeito aos princípios éticos da entidade.

Da mesma forma, a FMP comunicou o desligamento de Conrado, enfatizando que a decisão foi tomada em caráter administrativo, conforme o regimento interno, sem um juízo precoce sobre as responsabilidades relativas a fatos externos. Adicionalmente, ele também enfrenta um processo ético-disciplinar na seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), que, ao tomar conhecimento das denúncias por meio da imprensa, decidiu instaurar uma investigação para apuração dos fatos.

A OAB também solicitou à delegacia responsável uma cópia do inquérito policial para instruir o processo em andamento, garantindo os direitos ao contraditório e à ampla defesa.

Essa situação compromete não apenas a reputação profissional de Conrado Paulino da Rosa, mas também levanta questões sobre a segurança e o respeito às vítimas de violência, temas cada vez mais relevantes na sociedade contemporânea.

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