Brasil, 18 de setembro de 2025
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Rio desiste de transformar casa de “Ainda Estou Aqui” em museu

A Prefeitura do Rio abriu mão de transformar a casa do filme “Ainda Estou Aqui” em um museu devido a divergências financeiras.

A recente vitória do filme “Ainda Estou Aqui”, que rendeu ao Brasil seu primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional em 2024, trouxe à tona o desejo de preservar a casa que serviu como cenário da produção. Contudo, a Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu não prosseguir com o projeto de transformá-la em um museu, após não conseguir um acordo financeiro com os proprietários do imóvel.

Contexto da desistência da Prefeitura

A casa, situada no charmoso bairro da Urca, na Zona Sul do Rio, havia sido declarada de utilidade pública em março, logo após a conquista do Oscar. Segundo o prefeito Eduardo Paes (PSD), as negociações para aquisição do imóvel não avançaram devido à discrepância de valores: enquanto os proprietários pediram R$ 18 milhões, a prefeitura ofereceu R$ 13 milhões. “Muito caro, a gente tentou negociar, mas R$ 18 milhões é muito dinheiro. A avaliação do município dava 13 milhões”, destacou Paes, deixando claro que a promessa de transformar o espaço em um museu não se concretizará por motivos financeiros.

O corretor Marcelo Dias, que estava à frente das negociações, confirmou a desistência por parte da prefeitura. Antes da premiação do Oscar, em janeiro, o imóvel estava disponível por R$ 14 milhões, indicando uma crescente valorização após o sucesso do filme.

Projeto original e seu significado cultural

A proposta do governo municipal era transformar a residência na “Casa do Cinema Brasileiro”, um espaço que abrigaria exposições permanentes sobre Eunice Paiva e sua família, personagens centrais da narrativa do filme, além de celebrar a trajetória do Brasil na premiação do Oscar. O local também teria como sede a Rio Film Commission, destacando a importância do cinema na cultura carioca.

Eduardo Paes exaltou a importância do projeto na construção da memória cultural do Brasil: “Faremos da casa onde foi gravado o filme um lugar de memória permanente da história de Eunice Paiva e sua família, da democracia e ainda uma homenagem às duas grandes mulheres que orgulham o Brasil e deram vida a ela — Fernanda Torres e Fernanda Montenegro,” disse o prefeito em uma declaração anterior.

Contudo, com a desistência, a Prefeitura não se manifestou sobre a possibilidade de levar a ideia a outro local, gerando expectativas em relação à preservação da identidade cultural ligada ao cinema brasileiro.

Características do imóvel e sua importância histórica

Construída em 1937, a casa tem 480 m² e foi escolhida pela produção do diretor Walter Salles devido à sua semelhança com a residência original da família Paiva em Ipanema, que não existe mais. Durante as filmagens, o imóvel passou por adaptações para recriar a estética da década de 1970, e após as gravações, foi restaurado e colocado novamente à venda.

A propriedade conta com quatro suítes, quatro salas, piscina e elevador, oferecendo aos potenciais compradores uma residência de alto padrão com uma rica história cinematográfica.

Reconhecimento e legado do filme ‘Ainda Estou Aqui’

“Ainda estou aqui” não apenas fez história ao conquistar o Oscar, mas também reforçou a importância da resistência e da memória cultural de um Brasil que luta contra a opressão. Em seu discurso ao receber o prêmio, Walter Salles destacou a força da narrativa e a importância de se manter viva a história de opressão e luta por direitos, simbolizada pela figura de Eunice Paiva. Com indicações também para melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor filme, “Ainda estou aqui” consolidou-se como uma obra importante no cenário cinematográfico nacional.

Enquanto o futuro da casa ainda é incerto, a memória do filme e suas mensagens profundas continuarão a ressoar entre aqueles que buscam no cinema uma forma de refletir sobre a realidade e a história do Brasil. O g1 tentará buscar novas atualizações com a Prefeitura sobre o futuro do projeto “Casa do Cinema Brasileiro”.

Com a recente desistência, resta saber como a memória e a história cultural do Brasil serão preservadas, considerando o impacto significativo que “Ainda Estou Aqui” teve no cenário audiovisual do país.

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