Brasil, 18 de setembro de 2025
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Por que o Brasil mantém juros altos enquanto o Fed reduz taxas, mesmo com inflação em ascensão nos EUA

Autoridade monetária brasileira mantém juros altos em meio à inflação acima da meta, diferente doFederal, que cortou taxas mesmo com preços em alta

Apesar da inflação nos Estados Unidos ter aumentado para 2,9% em agosto, o Federal Reserve reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, sinalizando novos cortes até o fim do ano. Enquanto isso, no Brasil, o Banco Central decidiu manter a Selic em 15% ao ano pela segunda reunião consecutiva, mesmo com perspectivas de inflação acima da meta para 2025.

Diferenças no cenário para a política monetária no Brasil e nos EUA

O Comitê de Política Monetária (Copom) justificou a decisão de manter a taxa devido às incertezas globais, especialmente relacionadas ao impacto do tarifaço do ex-presidente Donald Trump, que ainda provoca volatilidade nos preços internacionais. Segundo o documento do Copom, a inflação, embora prevista para diminuir, ainda está acima do limite superior da meta de 3% para 2025, que possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Enquanto o Banco Central brasileiro prioriza a preservação da estabilidade de preços, a autoridade monetária dos EUA tem uma dupla missão: controlar a inflação e impulsionar o pleno emprego. Nos últimos meses, sinais de fraqueza no mercado de trabalho americano têm influenciado uma postura mais acomodatícia do Fed, mesmo com os preços em ascensão.

Crise no mercado de trabalho dos EUA e sua influência na política de juros

Nos EUA, a criação de apenas 22 mil vagas em agosto foi bem abaixo das expectativas, refletindo um mercado de trabalho mais fraco. Além disso, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, maior valor desde setembro de 2017, desconsiderando o período da pandemia. Esses dados reforçam o compromisso do Fed em evitar uma correção abrupta na economia, mesmo com a inflação acima da meta.

Segundo a economista Andressa Durão, da financeira Asa, o Federal Reserve precisa equilibrar riscos ligados à inflação e ao emprego. “Com mandato duplo, o Fed precisa avaliar se a inflação está acima ou abaixo da meta, e se o capacidade de geração de empregos suporta cortes na taxa de juros”, explica ela.

Por que o Brasil mantém os juros altos apesar da inflação em alta?

Na soma de fatores internos e externos, o Banco Central entende que a manutenção dos juros em 15% é necessária para evitar uma escalada inflacionária descontrolada. A desaceleração da inflação inicialmente auxiliada pela desvalorização do dólar nos últimos meses ainda não garantiu que os preços acompanhem a meta oficial.

Além disso, o cenário global de instabilidade política e potencial de retração econômica nos EUA e Europa reforça a postura de precaução do BC brasileiro. “O objetivo é evitar que a inflação descontrole o plano de recuperação econômico, mantendo a credibilidade da política monetária”, afirma o economista José Pereira.

Perspectivas futuras

Especialistas apontam que a trajetória da inflação internacional e a resposta do mercado de trabalho nos EUA continuarão influenciando as decisões do Fed. Já no Brasil, analistas prevêem que a taxa de juros poderá permanecer elevada até o segundo semestre de 2026, mesmo com sinais de que a inflação deverá se estabilizar.

O cenário sugere que o Brasil manterá uma política de juros mais rígida por mais tempo, diferente do Fed, que busca estimular a economia através de cortes graduais. A diferença reflete as distintas prioridades e contextos econômicos de cada país, conforme análise de especialistas consultados.

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