Recentemente, um dirigível autônomo movido a hidrogênio, com o tamanho aproximado de um ônibus pequeno, foi visto sobrevoando águas portuguesas. O objetivo desses voos de teste é avaliar a capacidade desse dirigível em fornecer à OTAN uma melhor consciência situacional no domínio marítimo, destacando a importância de inovações tecnológicas na estratégia de defesa aliada.
A aliança e seus objetivos com a tecnologia robótica
Os testes fazem parte da demonstração anual da OTAN que busca novas tecnologias robóticas para reforçar suas defesas. O dirigível é um dos vários sistemas que a OTAN está avaliando durante este exercício, chamado de Robotic Experimentation and Prototyping using Maritime Unmanned Systems (REPMUS) 25 e Dynamic Messenger (DYMS) 25. Além do dirigível, a OTAN também está testando veículos não tripulados de superfície e subaquáticos, bem como outros sistemas aéreos.
A fabricante do dirigível, a empresa finlandesa Kelluu, já opera cerca de 10 destes veículos, que são utilizados para fins comerciais e científicos. Com a OTAN conduzindo missões de segurança marítima, a empresa vê um potencial militar para seus dirigíveis, que podem oferecer vigilância persistente e de baixo nível.
Capacidades do dirigível Kelluu
O modelo Kelluu LTA, com aproximadamente 12 metros de comprimento, pode operar por até 12 horas em níveis baixos. Projetados para carregar uma variedade de sensores, como câmeras eletro-ópticas/infravermelhas e sistemas passivos que detectam emissões eletromagnéticas, esses dirigíveis podem ser lançados de locais remotos sem necessidade de pistas. Em entrevista, o CEO da Kelluu, Janne Hietala, destacou a operação silenciosa e sem emissões do dirigível, que garante conectividade em tempo real sem limitações de alcance.

Embora os oficiais da OTAN não tenham fornecido muitos detalhes sobre o sistema específico, o comandante Arlo Abrahamson, porta-voz do Comando Marítimo Aliado da OTAN, enfatizou a importância de experimentar e integrar esses sistemas no ambiente operacional. Ele declarou que todos os sistemas em teste precisam garantir que atendam aos requisitos operacionais das forças aliadas.
A situação de segurança marítima na Europa
Em um contexto mais amplo, a OTAN lançou a Operação Baltic Sentry para responder a eventos de sabotagem em cabos subaquáticos na região do Báltico, que acredita-se terem sido realizados por China e Rússia. Recentemente, uma embarcação ligada à Rússia foi flagrada arrastando âncoras para danificar cabos subaquáticos na região. Um dos principais objetivos da Operação Baltic Sentry é garantir vigilância constante sobre as embarcações para poder responder rapidamente a qualquer comportamento suspeito.
Com os testes em andamento, ainda é cedo para determinar como um dirigível poderia ser útil nas operações da OTAN. No entanto, a utilização de dirigíveis como o Kelluu poderia significar um aumento significativo na consciência situacional, devido à sua capacidade de permanecer em áreas durante períodos prolongados e potencializar a vigilância sobre vastas regiões marítimas.

As forças armadas ao redor do mundo têm demonstrado um crescente interesse em veículos não tripulados de longa duração, incluindo dirigíveis, por sua eficiência e versatilidade nas missões de vigilância. O investimento da China em tecnologias de dirigíveis destaca ainda mais essa tendência, com a nação buscando aumentar suas capacidades em inteligência e comunicação.
O envolvimento da Kelluu em avaliações futuras da OTAN, como o Digital Backbone Experimentation (DiBaX) na Letônia, demonstra um compromisso contínuo com a inovação e o desenvolvimento de tecnologias emergentes para a defesa. Embora não haja um cronograma definido para a adoção dessas tecnologias, é evidente que a OTAN está atenta ao potencial dessas plataformas para fortalecer a segurança de seus membros.
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