Brasil, 18 de setembro de 2025
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Mulheres vítimas de negligência médica transformam luto em luta e empreendedorismo

Após perder o filho por negligência médica, Evelin Moura criou uma marca de camisetas para alertar sobre o tema e buscar justiça

Em homenagem ao filho de 2 anos e 4 meses que morreu devido a uma negligência médica, Evelin de Moura Nascimento, de 38 anos, decidiu transformar seu luto em uma causa social e empreendedora. Ela criou o projeto “Mufi”, cujo nome significa mais um futuro, e começou a confeccionar camisetas com mensagens de alerta e conscientização.

Projeto “Mufi” para denunciar negligência médica

Formada em técnico de produção de moda e formada no curso de confecção de camisetas pelo Instituto da Providência, Evelin relata que o projeto representa muito mais do que uma marca de roupas. “O Mufi virou uma marca e uma forma de lutar por justiça pelo meu filho. Essa luta também é por minha filha de 1 ano e 11 meses, para mostrar que, a partir do luto, a vida não termina, ela se reinicia”, afirmou Evelin.

Empreendedoras na periferia do Rio de Janeiro

Além de Evelin, outras 259 mulheres concluíram, nesta quinta-feira (18), o curso de capacitação do projeto Mulher Potência Empreendedora, promovido pelo Instituto da Providência. Elas participaram de aulas nas áreas de gastronomia, moda e beleza, durante nove meses, na zona oeste do Rio de Janeiro, e agora estão aptas a abrir seus próprios negócios.

De acordo com a diretora executiva do Instituto, Maria Garibaldi, o projeto já atingiu 1,7 mil mulheres e gerou 684 novos empreendimentos desde 2022. “São mulheres de 18 a 60 anos, em situação de vulnerabilidade, que agora enxergam uma nova perspectiva de autonomia e possibilidade de gerar renda para suas famílias”, destacou Maria.

Histórias de superação e empreendedorismo

Raquel Baltar de Paula, de 40 anos, perdeu o emprego na mesma época em que o marido e o filho de 20 anos foram demitidos. Sem saber como equilibrar as contas, ela começou a produzir salgados, inicialmente para revender. “Vi uma oportunidade de transformar a minha história com o apoio do projeto, aprendendo técnicas e recebendo incentivo”, contou.

Hoje, Raquel vende salgados na rua, no bairro de Jacarepaguá, e já pensa em ampliar seu negócio. “Estou tendo renda própria, e meu próximo passo é deixar meu marido na parte administrativa. O meu sonho é crescer e conquistar uma vida melhor para minha família”, afirmou.

Claudete Luiz da Costa, de 44 anos, também encontrou uma nova possibilidade no curso de cílios e sobrancelhas do Instituto. Antes, ela vivia em casa, com dificuldades e sem perspectiva. “Graças ao curso, estou capacitada para o mercado de trabalho. Construí uma profissão e tenho convicção de que darei o meu melhor”, declarou.

Empreendedoras em busca de futuro

Solteira, Claudete lembra que contou com o apoio da família para se dedicar ao curso e que agora se sente preparada para enfrentar o mercado. Ela não apenas aprendeu a técnica, mas também encontrou uma rede de suporte e incentivo entre colegas e profissionais.

A iniciativa do Instituto da Providência reforça o potencial de resiliência das mulheres na periferia do Rio de Janeiro, utilizando o empreendedorismo como ferramenta de transformação social e econômica. “Acreditamos que o investimento na capacitação dessas mulheres é um passo fundamental para sua autonomia, melhoria de renda e inclusão social”, finalizou Maria Garibaldi.

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